
São Carlos confirmou nesta sexta-feira (4) o primeiro óbito por febre amarela em 2025. A informação foi divulgada pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL), que atestou a causa da morte de um homem de 72 anos, morador da zona rural do município, na região da estrada do Broa. A vítima, que não havia sido vacinada contra a doença, faleceu no último dia 21 de março.
Inicialmente, o caso foi tratado como suspeita de dengue. Somente após o falecimento, exames laboratoriais confirmaram a febre amarela como causa da morte. Até então, a cidade não havia registrado notificações da doença neste ano.
Com a confirmação, São Carlos passa a ser classificado como “município afetado” pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP). A classificação exige a intensificação da vacinação em áreas de risco, especialmente próximas a matas, onde o vírus costuma circular por meio de mosquitos transmissores.
“A cobertura vacinal do município está em 81%, superior à média nacional de 73%, mas ainda abaixo dos 95% recomendados”, afirmou Denise Marins, diretora de Vigilância em Saúde. Segundo ela, a vacina está disponível em todas as unidades básicas de saúde, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30.
Equipes da Vigilância Epidemiológica já estiveram na propriedade rural onde o idoso residia e já iniciaram a vacinação dos moradores da região. “A febre amarela é uma doença imunoprevenível. Apesar da circulação do vírus, temos vacina disponível para toda a população. É essencial que quem ainda não se vacinou procure uma unidade de saúde”, alertou o secretário municipal de Saúde, Leandro Pilha, lembrando que o óbito anterior pela doença foi registrado em 2008 no município.
A vacina contra a febre amarela faz parte do calendário nacional de imunização e é oferecida gratuitamente pelo SUS. Desde 2017, o esquema vacinal adotado no Brasil segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS): apenas uma dose para toda a vida. Crianças menores de cinco anos recebem duas doses — a primeira aos nove meses e a segunda aos quatro anos. A aplicação deve ser feita com pelo menos dez dias de antecedência a viagens para áreas de risco.
A imunização oferece de 95% a 99% de proteção para adultos e cerca de 90% para crianças.