
O dia 7 de abril, data mundial da saúde, é muito mais do que um lembrete comemorativo no calendário. Trata-se de um verdadeiro alerta para o Brasil. De acordo com um estudo publicado no Brazilian Journal of Pain em 2021, aproximadamente 45,59% dos brasileiros sofrem de dor crônica , com maior incidência entre mulheres. O problema é uma das principais causas de incapacidade no país e no mundo, afetando milhões de pessoas e comprometendo tanto a mobilidade quanto a saúde mental e emocional.
A região Centro-Oeste apresentou a maior prevalência, com 56,25%, enquanto a região Sudeste teve 42,2%. Em comparação, a prevalência de dor crônica na população mundial é estimada em aproximadamente 20,5%.
Pesquisas mais recentes, divulgadas em dezembro de 2023 pelo Ministério da Saúde , revelam que 36,9% dos brasileiros acima de 50 anos convivem com dores crônicas , e cerca de 30% recorrem ao uso de opióides para alívio, levantando questões quanto aos riscos do uso prolongado desses medicamentos.
A demora na busca pelo tratamento e os riscos da automedicação
Apesar da alta prevalência da dor crônica, muitos pacientes demoram para buscar tratamento adequado. A automedicação ou a utilização de métodos caseiros são práticas comuns no país, com 89% dos brasileiros consumindo medicamentos por conta própria , segundo o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). Essa abordagem pode mascarar sintomas, retardar diagnósticos e levar ao uso inadequado de substância, aumentando o risco de dependência e efeitos colaterais graves.
O ortopedista e especialista em medicina intervencionista da dor, Dr. Brasil Sales , reforça que uma dor não tratada pode levar ao isolamento social, depressão e incapacidade laboral . "Muitas pessoas convivem com esse sofrimento por anos sem encontrar uma solução eficaz. O tratamento precoce é essencial para evitar a cronificação das dores e suas consequências socioeconômicas", explica o especialista.