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quinta, 26 de dezembro de 2024
Sociedade são-carlense em luto

Câmara Municipal declara luto oficial pelo falecimento de Diana Cury

Professora, foi a primeira mulher a presidir o Legislativo em São Carlos; seu sepultamento será nesta quinta-feira

20 Dez 2023 - 13h25Por Redação
Diana ao lado de uma de suas filhas, Claudia Cury - Crédito: Facebook/arquivo pessoalDiana ao lado de uma de suas filhas, Claudia Cury - Crédito: Facebook/arquivo pessoal

A Câmara Municipal de São Carlos, através de portaria declarou luto oficial por três dias no Legislativo são-carlense em homenagem póstuma à ex-vereadora e ex-presidente da Casa, professora Diana Cury, falecida nesta quarta-feira, 20 em São Carlos, aos 80 anos.

O velório será realizado nesta quinta-feira, 21, na Catedral Diocesana a partir das 7h, com missa de corpo presente às 12h e sepultamento às 14h30 no Cemitério Nossa Senhora do Carmo.

Diana, primeira mulher a presidir a Câmara Municipal, nasceu de uma família de comerciantes libaneses. O historiador são-carlense Cirilo Braga, em uma postagem em sua página no Facebook retratou a vida desta ilustre são-carlense que fica para a história da cidade em todos os aspectos.

Abaixo, a postagem de Cirilo:

“Com tristeza São Carlos se despede da professora Diana Cury, que partiu nesta quarta-feira, deixando um legado imenso de amor por esta cidade.

Primeira (e até aqui única) mulher a presidir a Câmara Municipal (na gestão 2005-2006), nascida numa família de comerciantes libaneses, Diana cresceu na ladeira da Avenida São Carlos, num tempo em que seus “patrícios” eram estabelecidos no setor varejista na baixada do Gregório. Seu pai Nahim Cury era integrado à comunidade árabe, participava da sociedade e do desenvolvimento local como os imigrantes que aqui chegaram. Nahim e a esposa Albertina Bonduki tiveram quatro filhos: Diana, Claudete, Samira e Cláudio.

A São Carlos na qual ela viveu a adolescência era a cidade dos bondes e também das normalistas, dos alfaiates, da religiosidade. Sobretudo, era um lugar onde as pessoas se reuniam. Em clubes associativos, sindicatos, igrejas e praças. A industrialização chegava para inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento. E assim também as universidades.

Diana estava entre as jovens estudantes nos festejos do Centenário da fundação de São Carlos, no memorável desfile a que compareceram Juscelino Kubitsheck e Jânio Quadros.

Os anos 1960 a encontrariam já ao lado de seu parceiro de vida, Wilson Wady Cury, com quem se casou em 1965, teve os filhos Cynthia, Cláudia e Wilsinho e os netos Giovanni, Paola, Gabriel e Lucas. Na unida e sólida família que constituíram, no dom da música e na vocação educacional o casal encontrou uma perfeita sintonia, expressa no Coral dos Encontristas da Catedral, que lideraram com grande entusiasmo. Essa, por sinal, era também a marca de suas aulas no Colégio São Carlos, nas escolas estaduais e depois nos centros universitários.

Na juventude, Diana presidiu por dois anos o Grêmio estudantil, teve formação musical no conservatório e orfeão são-carlense e durante a caminhada levaria seu espírito de liderança e sensibilidade aos setores da comunidade onde atuou. Determinada, depois de casada formou-se em Biologia e Pedagogia e obteve o Mestrado em Educação pela Universidade Federal de São Carlos. Tornou-se diretora de escola e coordenadora de curso universitário.

A atuação política foi uma decorrência das atividades comunitárias. A inspiração nos grandes mestres, em especial Elydia Benetti e Carminda Ferreira, que também ofereceram sua contribuição ao cenário político de São Carlos, levou ambos – Diana e Wilson – à militância política.

Diana elegeu-se vereadora em 1996 e foi reeleita em 2000 e 2004. No primeiro mandato foi 2ª Secretária da Mesa Diretoria (1997-1998); em seguida 1a.Vice Presidente (2003-2004) e Presidente (2005-2006); presidiu a comissão que reelaborou o Regimento Interno da Câmara e a Comissão de Revisão da Lei Orgânica do Município e também a Comissão de Legislação, Justiça e Redação.

Ensinando gerações de alunos, educando os filhos e netos na luz da ética e do trabalho, contribuiu na luta dos educadores, que é árdua, e propôs a realização de políticas públicas nas áreas de educação e serviço social. Nada, porém, a orgulhou tanto quanto a oportunidade de representar a mulher são-carlense na presidência da Câmara. Deixa saudades.

A seus filhos e familiares, minhas condolências. Que Deus conceda a paz e o descanso eterno à "professora", como eu a chamava, um título que permanece”.

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