Os comandos das Polícias Militares de Araraquara, Matão, São Carlos e Barretos concluíram ontem novo treinamento para a formação de uma Tropa de Choque regional com a presença de 75 homens, de um universo de 140, para inibir tumultos e, principalmente, conter rebeliões em presídios da região. O grupo foi criado após a revolta dos presos em 2006. Ontem, os militares participaram de um treinamento na cadeia desativada de Matão. O balanço foi considerado positivo.
O tenente Luís Roberto Moreira Filho, ex-chefe operacional do Tático e atual comandante da PM de Matão, simulou uma situação real com os policiais. Com as armas descarregadas, eles foram reunidos e viram imagens da cadeia ainda com presos – para dar mais realidade ao fato – e receberam uma cópia da planta baixa do presídio. As equipes foram divididas em duas turmas. Barricadas e alvos foram espalhados pelo presídio. “Neste treinamento, optamos por não ter reféns e os policiais entraram apenas para restabelecer a ordem”, explica o tenente. Policiais se passaram por presos rebelados.
Dada a ordem de entrada, os policiais invadiram a cadeia disparando tiros falsos e recebendo de volta laranjas e bexigas com água, que, segundo o tenente, simulavam pedras e coquetéis molotov criados pelos detentos durante um motim. Aos poucos, os policiais disfarçados de detentos foram contidos e levados ao pátio para a revistada. Este, inclusive, é o procedimento real. Para o tenente, o exercício prático é importante para consolidar e traçar uma linha única de trabalho. “Se tivermos problemas na região, todos agirão juntos e com o mesmo treinamento”, destaca.
Cláudio Dias/Tribuna Impressa