MP afirma que Mariel Olmo "não cumpriu com sua palavra"
Estudos da UFSCar constataram que a água chega limpa até a junção do Monjolinho com o Córrego Ponte de Tábua e depois fica muito suja, quase em estado de esgoto puro.
17 DEZ 2024 • POR Da redação • 15h08O promotor do Meio Ambiente e Urbanismo, Flávio Okamoto afirmou, nesta terça-feira, 17 de dezembro, com exclusividade ao SÃO CARLOS AGORA, que o presidente do SAAE, Mariel Olmo, não cumpriu com sua palavra. “Infelizmente o presidente do SAAE não cumpriu a palavra. Tinha prometido em agosto um projeto de substituição de parte do coletor de esgoto na região do Tangará”, ressaltou ele.
Porém, Okamoto está otimista com a gestão do prefeito eleito, Netto Donato (PP). “Mas tenho fé de que na próxima gestão a substituição será feita”, comenta Okamoto.
O Ministério Público do Estado de São Paulo realizou na última quarta-feira, 11 de dezembro, na Escola Estadual Adu Kemel Dibo, no Jardim dos Coqueiros, na Zona Leste, uma audiência pública com a presença de dirigentes do SAAE e ativistas ambientais, para se debater a qualidade da água do município. Na reunião desta quarta-feira, dirigentes e técnicos do SAAE deveriam apresentar as medidas tomadas para solucionar ou mitigar os problemas.
A Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de São Carlos apresentou em agosto deste ano o “Diagnóstico Ambiental Participativo: captação de água do Espraiado”, que foi anexado ao Inquérito Civil 2021, que tem apurado medidas necessárias à preservação do entorno dos locais de captação de água do SAAE de São Carlos no Córrego do Monjolinho e no Ribeirão Feijão.
As análises foram realizadas em oito pontos de coleta nos Córregos Ponte de Tábua e São Rafael – De acordo com as análises, dois pontos (um Córrego São Rafael, próximo à Fazenda Dois Portões), o outro no Córrego Ponte de Tábua, Av. Dr. Aurélio Catani, foram considerados “pontos críticos” por altas concentrações de coliformes fecais.
Fontes ligadas à UFSCar revelam que as visitas técnicas mostraram as irregularidades: drenagem deficitária das águas pluviais da rodovia Washington Luiz resultando em vários pontos a erosão com acúmulo de resíduos / assoreamento dos córrego; pressão antrópica observada está relacionada ao seu uso e ocupação; cultivo de cana-de-açúcar e hortaliças na APP; depósito de resíduos sólidos recicláveis – aumento de áreas loteadas contíguas à APP; atividade agropastoril na APP; desmatamento, supressão e fragmentação da vegetação em vários trecho próximos à APP ocorre também muitos descartes.
Os dois principais inquéritos contra o SAAE são o que investiga a perda de água tratada na rede de distribuição (cerca de 40%) e o que investiga a qualidade da água nas captações superficiais. Foi constatado que a água chega limpa até a junção do Monjolinho com o Córrego Ponte de Tábua e depois fica muito suja, quase esgoto puro.
O SCA entrou em contato com a assessoria do SAAE, mas até o momento não obtivemos respostas.