Saúde

57% dos paulistas praticam atividades físicas em 2024

Prática é mais frequente entre homens, pessoas mais jovens, com maior instrução e renda familiar; as principais razões para a não realização incluem problemas de saúde, falta de tempo, ausência de local adequado e desinteresse

27 NOV 2024 • POR Da redação • 15h53
O cardiologista Vicente Matinata: Todo mundo procura um 'comprimido mágico" e este 'comprimido' é a atividade física. - divulgação

A Fundação Seade apresenta um novo estudo para avaliar os hábitos físicos da população residente no estado de São Paulo. De acordo com o mais recente levantamento, 57% dos residentes afirmaram praticar atividades físicas. Trata-se de crescimento de 18 pontos percentuais em relação a 2019, quando o índice foi de 39%. O Seade entrevistou 3.007 pessoas durante o mês de setembro de 2024.
Quanto à periodicidade dos exercícios, entre aqueles que realizaram atividades físicas, 81% apontaram ter feito duas ou três vezes por semana, em 2024, índice superior ao registrado em 2019 (66%). Esse comportamento sugere uma ampliação da percepção em relação aos benefícios das atividades físicas para a saúde e prevenção de doenças. A prática de atividades físicas duas ou mais vezes por semana é mais frequente entre pessoas de 30 a 44 anos, com maior instrução e renda familiar. Chama atenção a tendência de elevação dessa frequência entre os segmentos com ensino fundamental e renda de até um salário mínimo.

Na comparação entre locais de residência, no interior a proporção de praticantes é levemente superior (58%) ao observado na Região Metropolitana de São Paulo (56%). Por gênero, a adesão a essas práticas é maior entre os homens (64%) em relação às mulheres (54%), diferença assinalada nos levantamentos anteriores e em outros estudos, que pode refletir fatores socioculturais associados ao comportamento de gênero. 
Por faixa etária, os mais jovens apresentam índices mais elevados de prática de atividades físicas, com destaque para o recorte de 30 a 44 anos (65%), repetindo comportamento observado na pesquisa anterior. Essas práticas crescem conforme aumentam a escolaridade e o nível de renda familiar dos respondentes.

Apesar da ampliação da prática de atividades físicas, 43% dos residentes ainda se mostram refratários a essas atividades, proporção que é maior entre mulheres, pessoas com mais de 60 anos, de menor escolaridade e menor rendimento familiar. Entre 2019 e 2024, diminuiu 18 p.p. a parcela daqueles que não praticam atividades físicas, sinalizando redução do sedentarismo e maior preocupação com a saúde.
As principais razões para a não adoção de atividades físicas incluem problemas de saúde (35%), falta de tempo (29%), ausência de local adequado (15%) e desinteresse (11%). Problemas de saúde são mais citados por pessoas de 60 anos ou mais (48%), o que indica que a ausência de exercícios pode agravar sua qualidade de vida. Já a falta de tempo é predominante entre pessoas de 30 a 44 anos, possivelmente em decorrência da carga de trabalho ou busca pela consolidação profissional.

O médico cardiologista da Santa Casa de São Carlos, Vicente Matinata, afirma que os benefícios da atividade física são muitos e que, por esta razão principalmente, vem crescendo o número de pessoas que praticam.  “Quando a pessoa faz exercícios físicos ele reduz os fatores de risco para levar uma pessoa ao AVC e ao infarto, a uma hipertensão, diabetes, colesterol e etc. Também reduz o risco de câncer de problemas ósseo musculares. Posso afirmar sem medo errar que a atividade física é o elixir da vida. Todo mundo procura um ‘comprimido mágico” e este ‘comprimido’ é a atividade física. 

Segundo ele, os especialistas em cardiologia recomendam que a pessoa dedique pelo menos 150 minutos semanais para se exercitar fisicamente de forma moderada. “Isso é muito importante até para o psicológico. A atividade libera hormônios que causam bem estar e reduzem o risco de depressão”, diz Matinata.

O cardiologista afirma que a população sabendo destas informações. Tem um lado estético que é secundário, mas também atrai muita gente e acaba estimulando a aumentar o número de pessoas se exercitando. “As pessoas de maior renda tem as informações e têm tempo disponível para ter uma rotina de exercícios físicos. Já as pessoas de baixa renda têm mais dificuldades, pois chegam do trabalho e ainda têm que cuidar da casa. Além disso, muitos não tem dinheiro para pagar a mensalidade de uma academia. Mas qualquer lugar pode servir para o exercício físico, que pode ser uma caminha, uma corrida e etc”, explica ele. 

Mais detalhes sobre o estudo no link: https://spsocial.seade.gov.br/wp-content/uploads/sites/29/2024/11/SP-Social-percepcao-populacao-estado-sao-paulo-pratica-atividades-fisicas.pdf 

Joana Mota: a atleta acorda às 5h e às 5h30 já está treinando; dia de Joana termina inexoravelmente às 21h para que ela tenha 8h de sono garantido

Joana Motta se divide entre a advocacia e as corridas 

 

Ela pratica esportes desde criança. Hoje com 33 anos, a descalvadense Joana Motta é atleta de destaque como fundista, meio fundista, velocista e maratonista. Iniciou a prática do atletismo em 2016, obtendo excelentes resultados e atualmente é maratonista recordista municipal, atuando como Digital Influencer Esportiva, criadora da Página “No Pace de Joana Motta” no Facebook, onde, sem fins lucrativos, por meio de dicas e compartilhamento de experiências, auxilia e influencia pessoas às práticas esportivas para uma sociedade isenta de sedentarismo.

Ela também faz parte da Associação São-carlense de Atletismo, correndo atualmente por São Carlos. Joana afirma que iniciou a prática do atletismo para aliviar a dor emocional, causada pelo falecimento do seu pai, João Antonio Motta, em 2015. “Entrei em quadro depressivo, não conseguia trabalhar e ainda tinha que cuidar da minha mãe que ficou muito doente na época. Então comecei a levá-la para caminhar. Foi quando conheci a corrida e desde o primeiro momento que corri percebi que minha dor emocional amenizava conforme a dor física aumentava”, comenta ela.

A atleta conta detalhes de como exercia a atividade física e como isso mexia com ela. “Além disso utilizava o tempo em que estava correndo para me comunicar com meu pai, sendo assim, toda vez que eu corro sinto ele comigo. A presença dele me fortalece. Então, o atletismo me curou. Por isso, enquanto meu coração bater e Deus me der saúde, estarei em constante movimento, sempre correndo”, reflete ela.

Joana fala de sua evolução nos esportes. “Comecei correndo 5 quilômetros, aumentando para 10, depois fiz Meia Maratonas e até mesmo uma Maratona Oficial. Já corri todos os tipos de provas: Pista, Rua, Trail Run, Cross Country e Mista. Já venci várias competições, inclusive a última foi uma Trail Run na zona rural de Descalvado, em um percurso de seis quilômetros”.

Ela conta que seu pai foi sua grande inspiração. “Meu pai era sargento do Exército, e em todas as competições que participava ele vencia ou ficava entre os melhores, nunca aceitava perder e sempre me ensinou a dar o melhor de mim em todos os âmbitos, seja na vida profissional, como na esportiva”.

Além de atleta, Joana Motta é advogada há mais de 13 anos nas áreas civil, criminal e trânsito, corretora de imóveis e também perita e avaliadora judicial, revelando-se uma mulher de múltiplas funções. Para dar conta de tudo acorda às 5h e às 5h30 já está treinando. O dia de Joana termina inexoravelmente às 21h para que ela tenha 8h de sono garantido.

A atleta conta que vai ao médico de seis em seis meses para fazer uma bateria de exames e checar a saúde. “Graças a Deus tenho muita saúde. Porém, alerto para uma coisa: a prática de exercícios em excesso pode ser tão prejudicial quanto o sedentarismo. Quando a pessoa exige muito do corpo, ele perde energia e várias vitaminas e nutrientes fundamentais para nosso organismo. Quando comecei a correr exagerei tanto que cheguei a ficar internada para repor nutrientes no hospital. Então, posso afirmar que se exercitar é ótimo desde que a pessoa faça com moderação e, sempre que possível, com orientação médica”, destaca ela.