Pequenos negócios

São Carlos já tem 20.639 MEIs registradas

A maioria destes empreendedores estão no setor de serviços, com 11.656 empresas. Depois vem o comércio com 4.943 negócios

25 NOV 2024 • POR Da redação • 10h37
O cabeleireiro Emerson Sales: prazer em ser empreendedor e elogios ao Sebrae: ""A instituição Sebrae é uma ferramenta muito precisa quando você sabe usar" - divulgação

O município de São Carlos já abriga 20.639 empresas na modalidade MEIs (Micro Empreendedor Individual). Os dados são do Sebrae e se referem a 30 de setembro. A maioria destes empreendedores estão no setor de serviços, com 11.656 empresas. Depois vem o comércio com 4.943 negócios. Outro setor, indústria e construção civil, reúne 3.966 empreendimentos e a agropecuária conta com apenas 74. 

Os empreendedores desta modalidade são caracterizados através do CNAE, Classificação Nacional das Atividades Econômicas. É o instrumento de padronização nacional por meio dos códigos de atividade econômica e dos critérios de enquadramento utilizados pelos diversos órgãos da Administração Tributária do país. 

A maioria dos negócios (1.298) estão na classificação de “Cabeleireiros, Manicure e Pedicure”. O “Comércio Varejista de Artigos de Vestuário e Acessórios” tem 1.115 negócios. “Obras de alvenaria” engloba 953 empreendedores. Um total de 826 empresas são classificadas como “Preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados anteriormente”. “Serviços Domésticos” é o CNAE de 619 pessoas. 

Outras 573 atuam nas Atividades de “Estética e Outros Serviços de Cuidado com a Beleza”. São Carlos ainda tem 483 empreendedores atuando no “Fornecimento de Alimentos reparados Preponderantemente para Consumo Domiciliar”, que são as marmitarias. Os outros 462 são do setor de “Transporte Rodoviário de Carga, Exceto Produtos Perigosos e Mudança Municipal”.   

 O analista de atendimento do Sebrae, Marcílio Farias da Silva: “As pessoas hoje estão muito preocupadas com a sua saúde e com a sua beleza”. Foto Divulgação.

APOIO DO SEBRAE - O analista de atendimento do Sebrae, Marcílio Farias da Silva, destaca que os serviços de beleza se destacam entre as MEIs pelo comportamento atual do ser humano. “As pessoas hoje estão muito preocupadas com a sua saúde e com a sua beleza. Com o passar do tempo o pessoal está vendo a importância destas atividades e procurando empreendimentos nas áreas de estética e exercícios físicos”, explica.

Ele comenta que a maioria dos MEIs são abertos por uma necessidade do empreendedor. Nós, do Sebrae gostaríamos que fosse ao contrário, que o empresário enxergasse uma oportunidade, tivesse um plano de negócio, uma modelagem de negócio e aí sim, abrisse um negócio com um planejamento de curto, médio e longo prazo. Infelizmente muitos atuam para necessidade”. 

Por outro lado ele afirma que são muitas as MEIs que migram para microempresa até mesmo com apenas um ano de atividades. “Muitas vezes existe a entrada de um sócio, a necessidade de contratação de funcionários e outros fatores”.

Segundo ele, o Sebrae São Carlos oferece todo o apoio ao MEI. “Oferecemos desde a parte do planejamento da abertura da empresa, consultorias, formalização gratuita e toda a parte de investimento, como o programa Empreenda Rápido do Governo do Estado, nós os assessoramos”, explica ele. 

FORMALIZAÇÃO DE AUTÔNOMOS - O economista Paulo Cereda explica que a figura do MEI surgiu como forma de formalizar vários tipos de trabalhos informais e dar o mínimo de dignidade e direitos sociais a uma grande massa de trabalhadores que viviam à margem da sociedade, como direito à aposentadoria e afastamento médico por motivo e doença ou acidente.
“Muita gente vivia de vende roupas, cosméticos ou fazendo pequenos serviços de eletricidade, jardinagem e etc, numa grande gama de atividades que existiam à margem do mercado formal e que garantia renda a este pessoal. O MEI foi um jeito de formalizar este pessoal. A ideia era dar acesso à cidadania e isso funcionou muito bem”, destaca ele.
Segundo ele, o tempo mostrou que destaca-se no Brasil, o “empreendedorismo por necessidade”. Ele explica que muitos criam uma MEI porque perderam o emprego ou de alguma forma têm dificuldades de voltar ao trabalho formal, com carteira assinada. Assim, acabam criando um negócio próprio para garantir sua renda.  De acordo com Cereda, houve uma explosão no número de MEIs no período da pandemia de Covid.

Cereda explica que mesmo com a redução do desemprego, o número de MEIs avançam também por conta da tendência de novas relações de trabalho, diferentes dos antigos vínculos de trabalho. Existe, segundo ele, muitos vínculos de trabalho que hoje são feitos via CNPJ e não mais através de carteira de trabalho.

A chamada “pejotização” do trabalho, segundo Cereda, é uma tendência mundial e, segundo ele, um caminho sem volta na economia global. “Sem fazer juízo de valor este é um processo inevitável. Temos que evitar a precarização do trabalho através da conscientização do trabalhador das vantagens e desvantagens destas novas formas de trabalho para que ele não tenha surpresas e dissabores no futuro. Assim é fundamental que existam políticas públicas cada vez mais assertivas, criando consciência empreendedora na sociedade desde o ensino fundamental, mostrando possível um planejamento de vida onde cada um possa analisar como vai atuar nesta nova realidade”, ressalta.

CASO DE SUCESSO – Emerson Antônio Lima Sales atua no setor de beleza. Ele é cabeleireiro e resolveu abrir um MEI em 2022. “Eu já trabalho como autônomo há um bom tempo, desde que tinha de 16 anos, mas cuidar de cabelo não era minha renda principal. Ao mesmo tempo que atuava no setor de beleza, eu também tinha um emprego CLT. Eu acreditava que na hora de emergência poderia ter um respaldo, mas fui notando que eu poderia, sim, ter esse respaldo se focasse plenamente no meu negócio e dedicasse totalmente meu tempo e força na atuação como cabeleireiro. Por isso eu resolvi abrir a empresa”, explica ele. 

Sales ressalta que é feliz, pois faz o que ama. “Eu sou bastante comunicativo e gosto de transformações. Se posso servir uma pessoa de maneira plena, tenho o poder de mudar tristeza por alegria, aumentar a autoestima de que não tem, eu o faço. E o mais gostoso é poder conversar o dia todo com as pessoas sobre diversos assuntos e trazer um pouco de esperança num mundo tão cheio de negatividade. Gosto de falar das promessas de Deus para o futuro. Enfim, eu ganho um salário fazendo o que amos, simples assim”, comenta.
O profissional não poupa elogios ao Sebrae que foi fundamental para seu sucesso no negócio. “A instituição Sebrae é uma ferramenta muito precisa quando você sabe usar. Eles (do Sebrae) lhe dão informações que são muito úteis e desde que eu resolvi abrir a MEI eles me orientaram. Até hoje ele me dão suporte para me manter no mercado e com os pés no chão, visto que às vezes nós queremos fazer loucuras. Posso dizer que nesse anos de empresa estou muito satisfeito e pretendo continuar tendo o Sebrae como parceiro”, conclui ele. 


OS SETORES DAS MEIs DE SÃO CARLOS 

Serviços - 11.656 empresas 
Comércio - 4.943 empresas
Indústria e construção civil -  3.966 empreendimentos 
Agropecuária -74 


AS ATIVIDADES COM MAIOR NÚMERO DE CNAEs 

Cabeleireiros, Manicure e Pedicure” - 1.298
Comércio Varejista de Artigos de Vestuário e Acessórios - 1.115
Obras de alvenaria - 953 
Preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados anteriormente” - 826 
Serviços Domésticos - 619 pessoas 
Estética e Outros Serviços de Cuidado com a Beleza - 573 
Fornecimento de Alimentos reparados Preponderantemente para Consumo Domiciliar -  483 
Transporte Rodoviário de Carga, Exceto Produtos Perigosos e Mudança Municipal – 462