Confiabilidade

Estudo da UFSCar busca pessoas com dor na lombar

Pesquisa é pioneira na avaliação dos testes sensório-motores em uma grande amostra e vai ofertar tratamento gratuito

3 OUT 2024 • POR Assessoria de Imprensa • 06h36
Estudo convida voluntários, entre 18 e 60 anos, com dor lombar, há pelo menos 3 meses - Freepik

Um estudo de mestrado, realizado no Laboratório de Pesquisa sobre Movimento e Dor (LabMovDor) do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), está convidando participantes para pesquisa cujo objetivo é verificar a confiabilidade de testes que avaliam a disfunção sensório-motora em indivíduos com dor lombar crônica e assintomáticos. Os voluntários passarão por testes e receberão orientações de exercícios para tratamento da dor lombar.

A pesquisa é realizada pela mestranda Ana Carolina de Jacomo Claudio, sob orientação da Thais Chaves, docente do DFisio, e tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). De acordo com a pesquisadora, as pessoas com dor lombar crônica (há mais de três meses) podem apresentar alterações de como percebem ou sentem sua coluna. A pesquisadora explica que o cérebro atua recebendo informações sensoriais do ambiente o tempo todo, por exemplo, informações visuais. Essas informações são processadas e integradas pelo cérebro para gerar os movimentos que realizamos no dia a dia. Ou seja, os movimentos, que também são controlados pelos centros de controle motor (cérebro), são influenciados pela maneira como o cérebro processa e interpreta essa informação do ambiente. A disfunção sensório-motora pode ocorrer quando há um processamento ou interpretação distorcida das informações sensoriais que chegam ao cérebro e isso pode acarretar alterações importantes na maneira como nos movimentamos. Na dor lombar crônica, é possível que essa alteração no processamento/integração das informações sensoriais esteja contribuindo para dificultar a recuperação do paciente. Daí, a importância do estudo, pois podemos entender melhor porque a dor lombar não melhora em alguns pacientes", expõe Ana Carolina Claudio.

A mestranda da UFSCar relata que a literatura atual não contém estudos que afirmem a validade dos testes sensório-motores, "pois os estudos que foram realizados apresentam uma baixa qualidade metodológica e um tamanho amostral pequeno. Esse estudo que estamos desenvolvendo é o primeiro a ser realizado com uma grande amostra, para a dor lombar crônica em comparação com pessoas sem dor", reforça Ana Carolina. Ela defende a importância da pesquisa já que esses testes possibilitarão a avaliação sensório-motora para, em seguida, traçar possíveis condutas de tratamento. "De modo geral, é importante desenvolver essa pesquisa sobre confiabilidade e medida de erro dos testes pra ver se realmente eles são confiáveis, pois se apresentarem bom desempenho, são opções que poderão ser utilizadas na prática clínica, que não geram custos elevados, como outros tipos de exame como ressonância magnética", pontua.

As pessoas voluntárias passarão por diferentes testes sensório-motores e a expectativa é que o estudo possa contribuir na área de estudo de dor lombar, com instrumentos válidos para avaliação de possíveis disfunções sensório-motoras. Podem integrar o estudo participantes com idades entre 18 a 60 anos, que tenham, ou não dor na lombar, há pelo menos três meses. Os testes serão realizados em duas visitas ao Laboratório do DFisio, que fica na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar.

Interessados devem entrar em contato pelo telefone (14) 99649-8726 ou pelo e-mail ana.jacomo@estudante.com.br, até o final do mês de outubro.