Artigo Rui Sintra

Alunos de da cidade de Sete Lagoas (MG) participam de intercâmbio na USP de São Carlos

19 JUL 2024 • POR (*) Rui Sintra • 06h00

Três alunas e um aluno do 9º período da Faculdade de Sete Lagoas (FACSETE-MG), dos cursos de Odontologia e Fisioterapia, terminaram no passado dia 12 de julho os trabalhos desenvolvidos durante uma semana de permanência no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos, da USP, ao abrigo de um programa de intercâmbio já consolidado entre as duas instituições. O foco dos estudantes foi conhecer e aprofundar seus conhecimentos nas novas tecnologias desenvolvidas no citado Instituto e acompanhar os protocolos relativos às novas formas de tratamento igualmente desenvolvidas naquela instituição, tendo culminado a sua participação na elaboração de um artigo científico (o primeiro realizado pelo grupo) relativo a um estudo de caso iniciado no dia 08 deste mês dedicado a fibromialgia infantil e autismo. Gabriel Borba e Natália Oliveira, ambos cursando Odontologia, Diúlia Barbosa e Maria Júlia Matuck, as duas cursando Fisioterapia, constituíram o grupo de estudantes que durante uma semana se empenharam em colher o máximo de informações possíveis sobre tudo o que se passa nos laboratórios do Instituto. Para Gabriel e Natália, o resultado desta semana de estudos e de trabalho traduziu-se em um crescimento muito grande e uma oportunidade que ambas as instituições  deram para um amadurecimento acadêmico e um conhecimento técnico muito grande sobre os novos tratamentos que estão sendo desenvolvidos. Em conversa mantida com os alunos, fiquei a saber que, para Gabriel “foi algo impressionante, pois na nossa instituição não teríamos tanta oportunidade de aprofundar nossos conhecimentos quanto aqui, já que tudo acontece nestes laboratórios, do início ao fim”, enfatizou o aluno, que pretende seguir a área acadêmica rumo a um mestrado. Para Natália Oliveira “foram aprendizados que irei levar para o resto de minha vida, com experiências enriquecedoras para o meu crescimento e evolução”. Embora Natália tenha também a intenção de seguir a área acadêmica, o certo é que o setor clínico está desenhado como prioridade na linha do horizonte de Natália. Por seu turno, para Diúlia Barbosa as atividades práticas foram fundamentais em sua permanência no Instituto de Física de São Carlos. “São coisas que num futuro iremos levar para a nossa clínica – o manuseamento das novas tecnologias -, além de ter aprendido a escrever um artigo científico, atendendo a que todos nós estamos fazendo o TCC”, pontuou a jovem, que dentro da área da Fisioterapia pretende ingressar em pediatria. Finalmente, para Maria Júlia, o grande destaque foi poder aprofundar seus conhecimentos nas reais capacidades que existem nos equipamentos que foram desenvolvidos no Instituto. “Sei que muitos destes equipamentos desenvolvidos aqui já estão disponíveis no mercado; dessa forma, existem soluções que irão ajudar muito os nossos pacientes. Por outro lado, conhecer os estudos que aqui estão sendo desenvolvidos foi uma espécie de “boom” na minha cabeça, porque eu não tinha essa noção, eu não era muito atrelada às tecnologias existentes nos inovadores equipamentos, então gostei muito”, sublinha a jovem, destacando que tudo isso despertou nela um interesse grande em poder fazer um mestrado na área para se especializar mais em sua futura profissão, preferencialmente em ortopedia e cardiorrespiratória. Quanto ao fato de elaborar um artigo científico apenas em uma semana, Maria Júlia confessa que se assustou. “Me assustei por conta do tempo exíguo que tínhamos para fazer isso. Para fazer o TCC, que é o trabalho de conclusão de curso, temos praticamente um ano para conclui-lo e ao longo desse tempo temos ideias variadas de como iremos elaborá-lo, já que ele é construído de forma faseada. Agora, vir aqui e fazer um artigo em quatro dias foi algo bem assustador, mas também foi muito enriquecedor, porque teve cinco membros pensantes – contando com o Dr. Antonio Aquino, que nos acompanhou permanentemente - em um artigo só.  Tivemos oportunidade de nos ajudar uns aos outros e saiu mais rápido do que nós quatro esperávamos”, destacou a jovem aluna. Para o pesquisador do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos, Dr. Antonio Aquino, que acompanhou os jovens estudantes neste projeto de intercâmbio “É sempre bom podermos receber alunos que estão dispostos a encarar desafios. A proposta de elaborar um artigo no espaço de uma semana, acho que é só a cereja do bolo com relação à vivência que eles tiveram nestes dias. O artigo científico deste grupo irá passar pelo rito normal por que passam todos os artigos - a aprovação pelo comitê de ética, a submissão a uma revista para um crivo dos pares, e, aí, a aprovação. Certamente vai ser muito positivo, conclui o pesquisador”. De fato, aos poucos, as Universidades, polos científicos e tecnológicos, e mesmo empresas de tecnologias de ponta, começam a abrir suas portas a jovens estudantes oriundos de outras cidades e de outros Estados tendo em vista a disseminação dos conhecimentos e a preparação de mão de obra altamente especializada. Este é um dos verdadeiros desígnios de São Carlos na área de formação de quadros, a Capital Nacional da Tecnologia.

O autor é jornalista profissional/correspondente para a Europa pela GNS Press Association / EUCJ - European Chamber of Journalists/European News Agency) - MTB 66181/SP.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.