Com Pedro Bial

Linha Direta conta hoje crime macabro ocorrido em São Carlos

Mãe e filha acusadas de matar manobrista estão foragidas há 17 anos.

6 JUL 2023 • POR Redação São Carlos Agora • 09h07
Ricardo Luís Antunes da Silva, Maria Elizabeth Metteoci e Anelize Matteoci Loperlongo - arquivo SCA

O programa Linha da Direta da TV Globo exibe na noite desta quinta-feira (6) um caso ocorrido em São Carlos, em 2006, quando um manobrista de 32 anos foi assassinado após uma emboscada. O programa apresentado por Pedro Bial na rede Globo vai ao ar às 22h55.

A advogada e estudante de letras, Anelize Matteoci Loperlongo, que na época tinha 25 anos e sua mãe, a oficial de Justiça aposentada Maria Elizabeth Metteoci, 56, ainda continuam sendo procuradas pela Polícia Civil. Contra elas há um mandado de prisão preventivo expedido pela Justiça Criminal de São Carlos, sob acusação de serem as mandantes do assassinato do manobrista de carros Ricardo Luís Antunes da Silva, que conheceu Anelize pelo chat por telefone e veio até a cidade encontrá-la, quando foi morto. 

Relembrando o caso- Ricardo Luis Antunes da Silva residia em São Paulo, ele foi baleado e teve cerca de 70% do seu corpo queimado em um canavial da Fazenda Engenho Velho, região rural de São Carlos. O crime ocorreu na madrugada dia 04 de abril de 2006.

Mesmo ferido, ele conseguiu caminhar até a casa sede e pedir socorro ao dono da propriedade, um senhor de 80 anos que o levou até o Plantão Policial. Durante o caminho da fazenda a delegacia, o paulistano contou que havia sido sequestrado em uma praça e levado até a fazenda onde foi baleado e queimado. Da delegacia, ele foi levado ao hospital, onde após 40 dias internado, morreu no Dia das Mães. 

Em diligências na propriedade para onde a vítima foi levada os investigadores da DIG encontraram no meio de um canavial, a carteira com documentos da vítima, passagens de ônibus, cartões, telefone celular, R$ 89,00 em dinheiro, uma embalagem vazia de álcool e cápsulas de calibre 22. 

Crime desvendado– Após tomar conhecimento do caso, os investigadores da DIG de São Carlos iniciaram os trabalhos para tentar identificar os responsáveis pelo crime. As investigações foram conduzidas nos primeiros dias pelo delegado Edmundo Ferreira Gomes que substituía o titular, Mauricio Antônio Dotta e Silva.

Já na primeira semana os policiais descobriram que Ricardo Antunes e Anelize Matteoci Loperlogo haviam se conhecido através de uma sala de bate de papo por telefone (chat-line). No final do mês de março eles começaram a se encontrar. Anelize e Ricardo ficaram uma semana juntos hospedados em vários hotéis de São Carlos.

Quando a garota retornou para sua casa, inventou uma história a sua mãe, Maria Elizabeth Matteoci de que havia sido estuprada e mantida em cárcere privado por Ricardo. 

Planejando a execução- Tomada pelo ódio, Maria Elizabeth procurou Daniel Silva, conhecido da família há vários anos e pediu para que o mesmo arrumasse alguém para matar Ricardo. Daniel na época confirmou esta versão em seu depoimento e disse que procurou André Luis Salvo que apresentou Leandro Lopes de Paula, este último seria o dono da arma utilizada na noite do crime.Anelize e Maria Elizabeth combinaram de pagar R$ 5 mil pelo serviço e traçaram o plano para executar Ricardo.

Na noite do dia 3 de abril, ela convenceu a vítima a retornar para São Carlos e de se encontrarem na praça da Igreja São Benedito. Quando chegou de táxi, Ricardo abraçou Anelize e foi dominado em seguida pelo trio. Ricardo foi colocado dentro do Fiat Marea, 2001, vermelho, placas CZI 3702 -São Carlos que pertencia a Anelize e levado até o canavial da fazenda Engenho Velho, zona rural da cidade. 

Tiros e fogo- Nos depoimentos prestados a Polícia na época, os acusados confirmaram as agressões que após 40 dias provocaram a morte da vítima. Foi apurado que quando chegaram no canavial, Daniel e Leandro saíram com Ricardo e foram para parte de trás do carro. André ficou dentro do veículo. Leandro deu dois tiros, um deles na cabeça de Ricardo que caiu desfalecido. Daniel, em seguida foi até o porta-malas do carro e pegou um litro de álcool despejando todo o conteúdo sob o corpo da vítima. Em seguida, para surpresa dos parceiros ele ateou fogo em Ricardo que se levantou e saiu correndo. Daniel foi até o carro e saiu atrás de Ricardo atropelando-o por duas vezes. Convencidos de que haviam “terminado o serviço”, eles abandonaram a propriedade rural, deixando Ricardo queimando próximo ao canavial. Durante a madrugada, Daniel, André e Leandro se encontraram com Anelize e Maria Elisabeth e narraram ocorrido.Na manhã o grupo descobriu através do noticiário policial de uma emissora de rádio local, que Ricardo havia sobrevivido.A partir deste dia Anelize passou a proteger sua mãe e pediu para que Daniel a levasse para fora da cidade. Anelize chegou a ser ouvida na DIG antes de ter sua prisão decretada. A arma utilizada no crime, uma pistola semi-automática de fabricação argentina, calibre 22, foi entregue a Polícia por Leandro.