Mulher que matou motorista e colocou fogo no corpo é condenada a 5 anos de prisão no regime semiaberto
6 OUT 2020 • POR Redação São Carlos Agora • 08h03A técnica em enfermagem Maria da Conceição de Almeida Martarello, 53, foi condenada a 5 anos de reclusão no regime semiaberto. Em janeiro de 2019 ela matou o motorista Sergio Carmilo Garbim, de 54 anos. O corpo dele foi encontrado parcialmente queimado no loteamento Arco Ville. O tribunal do júri aconteceu na tarde desta segunda-feira (5).
Diante das provas apresentadas pela defesa, os sete jurados reconheceram que Maria da Conceição agiu sob violenta emoção. Garbim que já tinha passagens policiais por ameaça, injúria e difamação e teria ameaçado os filhos dela. Ele também tinha histórico de extorquir mulheres.
A ré foi condenada em 4 anos pelo crime de homicídio privilegiado e 1 pela destruição parcial do cadáver.
O regime semiaberto
No Brasil, de acordo com a Lei n.º 7.210, dá-se o nome de prisão em regime semiaberto à pena de prisão que é cumprida em colônias agrícolas ou industriais ou em instituições equivalentes. Neste regime, o indivíduo poderá ser alojado em locais coletivos e sua pena estará atrelada a seu trabalho. Por exemplo? o condenado poderá reduzir um dia de pena por cada três dias trabalhados. Quanto ao trabalho externo, é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. (Fonte Wikipédia).
O crime
O corpo de Sergio Carmilo Garbim foi encontrado na manhã do dia 27 de janeiro, no loteamento Arcoville. Após o esclarecer o crime, o delegado Gilberto de Aquino, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) disse em entrevista Maria da Conceição confessou a autoria do crime. "Foi feita uma emboscada para atrair a vítima à São Carlos. Ela dopou ele com Rivotril e depois desferiu três golpes de facão e ateou fogo com três litros de gasolina. A ideia era que o corpo não fosse identificado”, disse Aquino. Ela também pensou em cortar as duas mãos para que não fosse possível extrair as impressões digitais.
O delegado disse que a autora teria dito em depoimento, que conheceu Garbim nas redes sociais e teve início um relacionamento virtual. O primeiro contato foi dia 12 de janeiro, no Terminal Rodoviário e passaram o dia no Balneário 29. Posteriormente marcaram um novo encontro (26 de janeiro), quando retornou a São Carlos e ocorreu o homicídio.
Casal foi flagrado por câmera de segurança da rodoviária no dia 12
INVESTIGAÇÃO ESCLARECEDORA
Natural de São Caetano do Sul, Garbim teria passagens policiais em São Paulo e chegou a ter um relacionamento conturbado com uma ex-namorada. Essas informações Aquino obteve durante a investigação que ocorre para apurar os fatos.
Ele obteve informações ainda que a vítima teria ameaçado os filhos de Maria da Conceição. Entretanto, na opinião de Aquino essa seria uma versão distorcida e incoerente e não condiz com o inquérito policial. “Há indícios ainda que a acusada teria mantido contato com a ex-namorada de Garbim, com quem também teve entreveros”, informou o Delegado.
Diante das informações que coletou ao longo dos últimos dias, Aquino deixou claro que Maria da Conceição participou da elaboração da emboscada e do homicídio. “Mas acreditamos que ela não executou isso sozinha. Houve muita crueldade e uma motivação maior. Há suspeitas que outras pessoas tenham participado, apesar dela assumir sozinha a autoria”, opinou Aquino. “Ela demonstrou ser uma mulher forte. Chegou a dizer que era diarista, mas apuramos que ela é técnica em enfermagem, conhece e sabe manusear substâncias”, salientou o delegado que pediu prisão temporária de 30 dias. “Estamos em busca da verdade e solicitando novas informações. Caso haja necessidade iremos pedir a prorrogação desta prisão”, finalizou.
A mala, documentos e o celular de Garbim foram deixadas por ela em um terreno ao lado de casa. A polícia também apreendeu roupas que ela teria usado no dia do crime.