Mãe de crianças abandonadas pode ser processada por maus-tratos e abandono de incapaz
Menino de 4 anos e bebê de 2 anos estão na Casa do Acolhimento e passarão pelo Programa Individual de Atendimento; caso vai para o Ministério Público.
19 SET 2018 • POR Marcos Escrivani • 08h37A mãe das crianças de 4 anos e da bebê de 2 anos, abandonados em uma casa imunda e com comida estragada na rua Riskalla Haddad, no Residencial Romeu Tortorelli, deverá ser processada por maus-tratos e abandono de incapaz.
A informação foi passada pela conselheira tutelar Ariane Fondato Quirino, 30 anos. Após denúncia anônima ela foi até o endereço e constatou o fato.
As crianças foram resgatadas e encaminhadas à Casa do Acolhimento, onde irão passar pelo Programa Individual de Atendimento (PIA) e terão toda assistência, desde nutricional, de saúde e psicológica.
Já o caso será encaminhado ao Ministério Público e à Vara da Infância e Juventude, onde a mãe será chamada para responder sobre suas atitudes.
LOCALIZADA
Acusada como uma usuária de drogas e omissa, ao sair da casa diariamente pela manhã e só retornar à noite, a mãe foi localizada pelo Conselho Tutelar e encaminhada à sede da instituição, na rua Marechal Deodoro, onde foi questionada pela conselheira Ariane.
“Por várias vezes perguntamos o motivo de tais atitude. Ela respondia apenas que precisava sair”, disse Ariane. “Ela demonstrou um perfil totalmente negligente”, disse.
A mãe (que teve o nome preservado) deixava os filhos em uma casa suja e sem comida. Ordenava para que o menino de 4 anos cuidasse da irmã, de apenas 2.
“Sou casada e mãe de duas crianças. Quando entrei na casa, fiquei indignada. Parecia ser dois bichos presos, enjaulados. E nem animais devem ser tratados assim. Fiquei muito contrariada. Tinha um resto de bolo embolorado e sujeira em toda a casa. Foram cenas repugnantes”, afirmou Ariane.
ATÉ ADOÇÃO
Ariane informou que o papel do Conselho Tutelar terminou neste caso e o Ministério Público e a Vara da Infância e Juventude irão dar sequência ao caso.
As crianças não retornam para a mãe. A partir de agora o pai, bem como todos os demais parentes serão ouvidos pelas autoridades e caso algum familiar tenha condições de cuidar dos irmãos, ambos serão entregues.
Contudo, caso nenhum parente se habilite a tarefa de educar, dar dignidade e qualidade de vida para as crianças, ambas podem ir para a fila da adoção.