O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi assassinado a tiros nesta sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O crime ocorreu no Terminal 2 e deixou outras três pessoas feridas, incluindo um funcionário do aeroporto. Após o ataque, os atiradores fugiram em um veículo, abandonado mais tarde nas proximidades, onde a polícia encontrou coletes à prova de balas e munições de fuzil.
Envolvimento com o PCC e Delação Premiada
Vinícius Gritzbach era um empresário do setor imobiliário, conhecido por sua atuação em investimentos com criptomoedas. Nos últimos anos, ele esteve envolvido em investigações relacionadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Em 2021, foi acusado de ser o mandante dos assassinatos de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, e de seu motorista, Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue”, ambos membros influentes do PCC.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, Gritzbach teria desviado cerca de R$ 100 milhões da facção, valores que deveriam ser investidos em criptomoedas. A suspeita de desvio levou ao suposto planejamento das mortes de “Cara Preta” e “Sem Sangue” em dezembro de 2021. Após esses eventos, Gritzbach tornou-se alvo do PCC, sendo sequestrado e submetido a um “tribunal do crime” da facção, onde foi mantido em cativeiro por várias horas.
Em abril de 2024, Gritzbach fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo, detalhando esquemas de lavagem de dinheiro do PCC. Ele revelou o envolvimento de agentes esportivos no esquema, o que aumentou as tensões com a facção criminosa, que passou a vê-lo como traidor.
Histórico de Ameaças e Atentados
Antes de sua morte, Gritzbach já havia sofrido atentados: em dezembro de 2023, tiros atingiram seu apartamento em São Paulo, e em junho de 2024, ele foi brevemente sequestrado. Esses ataques ilustravam os constantes riscos que ele enfrentava por seu rompimento com o PCC.