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Esportes

Luiz Muller: Jogador e técnico, uma vida que exige sacrifícios

31 Dez 2016 - 10h05
Foto: Marcos Escrivani - Foto: Marcos Escrivani -

Na tarde de quinta-feira, 29, em sua sala, no estádio municipal Professor Luís Augusto de Oliveira, o experiente técnico Luiz Muller, 55 anos, que hoje tem residência fixa em Bragança Paulista/SP, recebeu a reportagem do São Carlos Agora.

De forma bem simpática e sorridente, falou um pouco sobre sua carreira em uma reportagem exclusiva. Garantiu que chegou até aqui devido ao seu comprometimento com o futebol. "Para ter uma vida correta no futebol são necessários muitos sacrifícios. Muitas vezes deixar o lado social de lado para ser um atleta de alto rendimento. Fui jogador por 20 anos e há 15 sou técnico. Viajei pelo Brasil e pelo Exterior. Muitas vezes deixei de fazer algo que tinha vontade, pois focava minha carreira e o sucesso que tive enquanto atleta", disse Muller.

Hoje, Luiz Muller é técnico do São Carlos e monta um grupo para a Série A3. É um novo time e a meta é ser competitivo e lutar pelo acesso a Série A2 de 2018.

A ENTREVISTA

Na sequência, os principais momentos da entrevista exclusiva concedida por Luiz Muller ao São Carlos Agora:

JOGADOR?

"Comecei com 16 anos na base do São Paulo. Com 19 anos estreei como atleta profissional e parei aos 39 anos, quando fixei residência em Bragança Paulista. Foram 20 anos de dedicação e marquei aproximadamente 320 gols".

SACRIFÍCIOS?

"Ser jogador de futebol é uma profissão deliciosa. Mas exige sacrifícios, mas é recompensador. Passei por privações, pois fiz o que mais gostava. O futebol está em meu coração".

ONDE PASSOU?

"Foram muitos clubes no Sul, Sudeste, Norte, Nordeste. Além de cinco anos no Japão. Não posso reclamar".

PENDURAR AS CHUTEIRAS

"Decidi que aos 39 anos chegou a hora. Mas posso dizer que um atleta profissional (de fato) nunca está preparado para encerrar a carreira. Muitos chegam a entrar em depressão até. Mas fui ao longo dos anos me preparando para isso".

TÉCNICO

"Para um profissional correto, o futebol é um vício. Sou sincero em dizer que, quando atleta, nunca pensei em ser técnico. Mas depois que encerrei a carreira, o fato de ficar longe dos gramados me incomodou. Então comecei a me preparar para ser técnico. O ambiente do futebol contagia e senti que não poderia ficar longe. Afinal fiz minha vida jogando bola. Agora sou técnico e me sinto feliz".

TRAIRAGEM

"Nossa, tem muito no futebol. Principalmente para os profissionais frustrados, aqueles que não conseguem atingir seus objetivos. E quando nós conseguimos, eles pensam que somos beneficiados. Mas nunca param para pensar que trabalhamos e nos dedicados para obter sucesso em nossa carreira. Os 'traíras' são aqueles que torcem contra você e até contra o clube".

DIFÍCIL CONVIVÊNCIA?

"Bem, lidar com 'traíras' é complicado. Se você for jogador, a gente resolve no gramado, cara a cara. Mas se for técnico, como sou hoje, é mais difícil, pois ele pode até te derrubar. Atleta traíra derruba técnico com certeza".

COMO VOCÊ LIDA?

"Procuro ser o mais honesto possível com todos os atletas. Converso sempre olho no olho. Uso da sinceridade e procuro errar o menos possível. Tento ser sempre justo. Quando os atletas entendem minha filosofia de trabalho e compram minha ideia, o trabalho flui".

COMO VOCÊ DEFINE UM PLANTEL?

"Onze que jogam, amigos. Sete que ficam como opção, colegas. Demais que não são relacionados, os contrariados".

JOIO DO TRIGO

"No mundo da bola, procuro separar o joio do trigo. Mas as pessoas de má índole estão em todo o lugar, em qualquer profissão. Futebol não é exceção. Então tenho cuidado em montar uma equipe. Procuro sempre separar o joio do trigo. Ao lado da direção do clube, procuro a dedo os atletas e ter o maior cuidado possível para não errar. Afinal, uma maçã podre pode contaminar todo um trabalho".

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