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Reconhecimento

Em homenagem a Zé Pintor, museu no Jardim Beatriz inaugura sala com acervo do artista

12 Out 2018 - 08h26Por (*) Cirilo Braga
Em homenagem a Zé Pintor, museu no Jardim Beatriz inaugura sala com acervo do artista - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

Três meses após seu falecimento, ocorrido no dia 12 de julho deste ano, José de Oliveira, o Zé Pintor, é homenageado com a inauguração de uma sala especial no Museu Dona Licinha (Rua Antonio Martinez Carrera, 1548, Jardim Beatriz), que reúne quadros, cartazes e equipamentos fotográficos que pertenceram ao cineasta e artista plástico amador são-carlense.

Concebido há dez anos pelo contabilista aposentado Jose Pereira de Souza com intuito de preservar a cultura e a história local mostrando objetos e costumes de antigos moradores da cidade, o Museu Dona Licinha possui atualmente um acervo de 500 itens. Está aberto ao público, com entrada grátis, de segundas às sextas-feiras das 8h às 12h e das 13h30 às 18h e aos sábados das 8h às 12h.

Destinado ao público em geral – famílias, escolares e grupos de diferentes segmentos – o Museu está instalado em prédio residencial e conserva em suas salas uma notável coleção audiovisual, de equipamentos de comunicação, rádios antigos, máquinas de escrever, calcular, computadores, câmeras fotográficas máquinas de costura, equipamentos eletrodomésticos, ferramentas para lavoura e outras peças.

Souza explica que o nome “Dona Licinha” é uma homenagem à sua mãe, Alice, e o Museu foi constituído a partir de 2007 e inaugurado em 2010 totalmente por iniciativa própria, apenas com a ajuda de amigos que ofereceram objetos de época e contribuíram para enriquecer as coleções do empreendedor, que também adquire e restaura algumas peças.

A ideia de homenagear Zé Pintor com uma sala permanente no Museu, partiu da admiração de Souza pela obra e trajetória do artista, com quem se identifica.  “Zé Pintor foi importante para nossa cidade tanto na área de cinema como nas artes plásticas, mas desenvolveu suas atividades de forma adora e em vida não foi devidamente valorizado”, afirma. “Na minha simplicidade, tentei render tributo a esse personagem notável”.

   Considerado um dos personagens mais importantes do cinema na região, Zé Pintor foi homenageado em 2012 na 10ª edição do Festival de Cinema de São Carlos, o Film Fest, que marcou a estreia do filme “Delírios de um cinemaníaco”, que conta a trajetória de José de Oliveira, que nasceu em 1930 e ficou conhecido inicialmente por pintar os cartazes dos filmes que estreavam nos principais cinemas de rua, antes de começar a carreira como cineasta nos anos 60. Na ocasião, com a aquisição de uma câmera 16mm, Zé passou a fazer seus próprios filmes, com a ajuda dos amigos e colaboradores. Autodidata, teve a improvisação e o colaborativismo como marcas de sua obra, considerada muita qualidade nos aspectos estético e histórico.

Entre seus filmes estão “Uma voz na consciência”, “A testemunha oculta”, filme produzido e rodado em São Carlos na década de 1970 e “Sublime fascinação”. Zé Pintor faleceu em São Carlos no dia 12 de julho passado, aos 88 anos.

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