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quinta, 17 de abril de 2025
Crime brutal

Delegado da DIG atualiza investigação sobre assassinato de Ana Flora: "Tudo friamente calculado"

12 Abr 2025 - 07h32Por Da redação
Ana Flora Murad no detalhe - Crédito: arquivoAna Flora Murad no detalhe - Crédito: arquivo

O delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos, João Fernando Baptista, atualizou nesta semana o andamento das investigações sobre o assassinato da aposentada Ana Flora Alberto Fortes Murad, de 66 anos, ocorrido no mês passado no bairro Cidade Jardim. A polícia trata o caso como latrocínio — roubo seguido de morte — e tem um suspeito preso.

Em entrevista ao São Carlos Agora, o delegado detalhou o comportamento do suspeito, considerado o único envolvido no crime. Segundo ele, o investigado permanece em silêncio desde que foi detido, tentando atrapalhar as investigações. “Sim, na verdade ele nem negou, nem confessou o crime. Ele simplesmente permaneceu em silêncio a todo momento. Inclusive ele tá tomando todas as medidas de tentar se furtar, tentar atrapalhar as investigações. Ou seja, é uma pessoa muito bem maquiavélica, é uma pessoa que sabe lidar com a situação”, afirmou Baptista.

O delegado ressaltou o perfil frio e calculista do suspeito: “Uma pessoa extremamente fria, ele demonstrou extremamente frieza”. Com base em provas colhidas durante a investigação, a DIG afirma ter imagens do homem entrando na casa da vítima, bem como outras imagens novas que o mostram abandonando o carro de Ana Flora pouco depois do crime, por volta de 12h20.

Momento em que suspeito chegada na sede da DIG.

Questionado se havia mais alguma pessoa envolvida, o delegado foi enfático: “Não havia nenhuma, isso a gente afastou completamente a hipótese, e também as primeiras provas periciais também apontaram isso. Inclusive foram analisados esses vídeos. Naquela manhã, somente duas pessoas entraram na casa, a vítima, que acabou ficando no local, faleceu, e esse indivíduo, e posteriormente uma pessoa saiu dirigindo o veículo”.

Segundo Baptista, o suspeito tentou montar uma cena de crime ao abandonar o carro com o farol ligado e a chave no para-brisa. “Ao que tudo indica, sim, ele montou, ele era amigo dos filhos da vítima, e os conhecia, ele a todo momento contou várias mentiras”.

Durante a prisão, objetos ligados ao crime foram localizados com o suspeito. “No dia da sua prisão, nós localizamos as vestimentas que ele utilizava, dentro da mochila dele, foi localizado um desodorante feminino, com marcas de fuligem, também foi localizado a mochila, o óculos que ele estava utilizando, o seu aparelho de telefonia celular”, detalhou.

A perícia também encontrou marcas suspeitas no corpo do suspeito. “Nesse dia, o médico legista constatou que ele estava com marcas de arranhões em ambos os braços, braços e mãos, e também uma marca recente, uma marca de queimadura”.

O comportamento após o crime também chama atenção da polícia: “Esse elemento é extremamente calculista, ele foi ao enterro, ele chorou no caixão da vítima, ele beijou o filho da vítima, ele abraçou o filho da vítima, ele fez tudo isso e montou toda essa cena toda”.

Baptista destacou ainda ações friamente pensadas, como evitar o fornecimento de DNA. “Ele não aceitou beber água aqui na delegacia, provavelmente para a gente não pegar a amostra de DNA, até para assinar o documento, ele pediu para assinar um pouco de álcool gel para passar na caneta. Quer dizer, tudo calculado? Tudo, tudo friamente calculado”.

O delegado ressaltou que o suspeito era próximo da família. “Sim, era um amigo da família, ele frequentava a casa, os filhos dela recebiam ele na casa dela, principalmente um dos filhos”.

O crime ocorreu no quinto dia útil do mês, data em que Ana Flora recebia sua aposentadoria. “Outra coisa que chama a atenção, que é o mais indicativo, que também é para a gente não passar despercebido, que era o dia 7, era o quinto dia útil, o dia do pagamento, quando ela recebia a aposentadoria dela, a pensão”.

O celular da vítima ainda não foi localizado. “Não foi localizado e isso é mais um elemento de investigação, porque se sabe que hoje em dia, toda a maior parte das transações bancárias é realizada através do smartphone”.

Encerrando a entrevista, o delegado reafirmou a linha de investigação:  "tudo indica o crime de latrocínio”.

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