O delegado Maurício Dotta e Silva investiga uma nova versão do caso em que duas pessoas foram esfaqueadas na manhã desta sexta-feira (22), no cruzamento da Avenida Araraquara com a Rua Antônio Blanco, na Vila Costa do Sol.
De acordo com o delegado, a primeira versão apresentada indicava que o adolescente de 14 anos havia sido esfaqueado por um motorista de HB20, em uma briga envolvendo seu pai. “Essa foi, na verdade, uma primeira versão dada aqui quando da apresentação da ocorrência, porque ela foi também apresentada assim lá para a Polícia Militar. Então, ela chegou assim, que um comerciante, dono de uma oficina, teria brigado com uma outra pessoa com a ajuda do filho e que o filho teria sido esfaqueado”, explicou.
Após análise de imagens de câmeras de segurança, no entanto, o delegado constatou que o adolescente teria sido atingido acidentalmente pelo próprio pai. “Esses dois indivíduos, além de brigarem ali, eles vêm caminhando, eles largam os seus veículos lá onde ficaram, depois de um sopapo no outro, uma marretada no carro, essas coisas assim, eles vêm caminhando, sentido Avenida São Carlos, descendo Antônio Blanco. Isso acontece por questão de uns 150 metros, quando, defronte a uma loja, um comércio de itens vários ali, chega esse menino, que é filho do comerciante da oficina, e esse menino aponta uma arma para o comerciante de Araraquara. Então, ali, os dois também entram em vias de fato, porque o comerciante de Araraquara vai em cima do menino”, detalhou.
Durante o confronto, o pai do adolescente entrou em uma loja próxima e pegou uma faca. “O comerciante aqui de São Carlos entra numa loja, se apossa de uma faca, porque a loja também vende esse tipo de utensílio, se apossou da faca e vai ali na rua e, de fato, desfere facadas. Ele podia ter desferido facada aonde ele quisesse. E para tentar livrar o filho, eu acho que, nessa movimentação intensa, ele mesmo machucou o filho”, esclareceu o delegado.
Sobre a arma encontrada no carro da esposa do dono da oficina, Dotta e Silva informou que ela possui registro de CAC. “Ela tem autorização de ter a arma, mas ela não tem autorização de sair com a arma. Aqui ela nos falou que ela nem sabia que a arma estava no veículo. A intenção dela era socorrer o menino”, declarou.
Quanto ao desfecho, o delegado optou por liberar todos os envolvidos, entendendo que não havia flagrante. “Então, agora, como não houve a questão do flagrante, aliás, eu achei que não cabe o flagrante aqui, porque não havia o dolo, a vontade, o ânimos de provocar dano definitivo, que seria a morte. Então também não houve dolo ou vontade por parte da mãe de portar uma arma para qualquer fim. Aquela não estava legitimamente documentada. Então também não cabe, não coube aí uma medida mais grave”, concluiu.
Os feridos receberam atendimento médico e foram liberados. O caso segue sob investigação do 1º Distrito Policial.