sábado, 29 de junho de 2024
Caso esclarecido

Acidente de trânsito motivou homicídio no Jardim Ipanema; DIG indicia dois acusados

26 Jun 2024 - 16h21Por Gabriel Peixoto
Câmera de segurança registrou a chegada da dupla - Crédito: reproduçãoCâmera de segurança registrou a chegada da dupla - Crédito: reprodução

A Delegacia de Investigações Gerais (DIG), sob o comando do delegado João Fernando Baptista, solucionou mais um caso de homicídio em São Carlos. A vítima foi Adão Fernandes de Souza, de 42 anos, que faleceu após ser espancado por dois homens no dia 8 de maio deste ano, na Rua Miguel Petruceli, no Jardim Ipanema. Um acidente de trânsito teria motivado o crime, segundo a polícia.

O São Carlos Agora teve acesso aos depoimentos dos dois acusados. E.F.S., 24 anos, relatou que no dia do crime, ele estava com sua esposa transitando com seu veículo VW Gol pela Rua José Quatrochi quando o carro foi colidido por um Fiat Palio dirigido por Adão.

Após o acidente, Adão, que estava acompanhado de um colega, teria saído do veículo. Quando a esposa do motorista do Gol disse que chamaria a polícia, Adão teria deixado o local.

E.F.S., então, foi até sua residência e pegou sua moto com a intenção de encontrar Adão. No trajeto, ele encontrou o amigo D.V.F., 19 anos, que o acompanhou.

Na Rua Miguel Petrucelli, eles encontraram Adão, que, segundo a versão de E.F.S., estaria correndo.

Ainda de acordo com o relato de E.F.S., o amigo D.V.F. teria desferido golpes de capacete contra Adão. E.F.S. também agrediu a vítima com socos e chutes.

Dias depois, D.V.F. se apresentou à polícia acompanhado de suas advogadas. Ele deu uma versão diferente da de E.F.S., dizendo que Adão colocou a mão na cintura, fazendo menção de estar armado, por isso desferiu um golpe de capacete contra a cabeça da vítima.

Em seguida, a dupla fugiu, deixando Adão desacordado na calçada.

A esposa de Adão disse em depoimento que eles estavam separados porque ele fazia uso excessivo de álcool. No dia dos fatos, ela confirmou que o ex-companheiro havia se envolvido em um acidente e, quando estava na frente de casa, dois homens chegaram e passaram a discutir com Adão, dizendo que "aquilo não ficaria daquela forma", se referindo ao acidente ocorrido horas antes.

Durante as investigações, a DIG obteve imagens de câmeras de segurança que contradizem o que os acusados alegaram em depoimento. Ao contrário do que disseram, Adão não estava correndo, mas sim caminhando. As imagens mostram D.V.F. deixando o capacete para trás, portanto, não é possível que ele tenha golpeado a vítima com esse objeto.

Ainda de acordo com o relatório policial, E.F.S. teria retirado uma espécie de bastão da cintura e ido em direção a Adão.

Momento em que vítima é socorrida pelo Samu

VERSÃO CONTRÁRIA

Segundo a versão da polícia, áudios captados desmentem a versão apresentada por D.V.F. de que teria sido ameaçado por Adão antes de ser agredido. Pelo contrário, a vítima teria pedido desculpas, que não foram aceitas. Também é possível ouvir sons de um instrumento rígido, compatível com ferro, e xingamentos.

O laudo necroscópico concluiu que Adão morreu em decorrência de um traumatismo craniano causado por objeto contundente.

Diante das provas colhidas, a DIG indiciou a dupla pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima.

O caso agora será encaminhado ao Ministério Público. Caso aceite a denúncia, os acusados podem ser levados a júri popular. Ambos aguardam em liberdade as providências da Justiça.

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