quarta, 09 de outubro de 2024
Eleições 2024

Esquerda avança na Câmara Municipal de São Carlos

09 Out 2024 - 09h27Por Da redação
Vereadores eleitos da esquerda para direita são. Djalma Nery, Raquel Auxiliadora, Lineu Navarro, Larissa Camargo e Fernanda Castelano. - Crédito: reproduçãoVereadores eleitos da esquerda para direita são. Djalma Nery, Raquel Auxiliadora, Lineu Navarro, Larissa Camargo e Fernanda Castelano. - Crédito: reprodução

Apesar de o candidato a prefeito Newton Lima (PT) ter sido derrotado nas urnas para Netto Donato (PP), na Câmara Municipal houve avanço de representantes dos partidos de esquerda. O PT, o PSOL e o PcdoB conquistaram cinco vagas.

No atual mandato, a esquerda é representada por três vereadores, sendo: Djalma Nery (PSOL), Raquel Auxiliadora (PT) e Azuite (Cidadania). Com o fim das eleições, os eleitores são-carlenses escolheram para o mandado de 2025-2028 dois representantes do PT (Raquel Auxiliadora e Lineu Navarro), dois do PSOL (Djalma Nery e Fernanda Castelano) e Larissa Camargo do PcdoB.

Djalma teve 4.754 votos, superando a sua marca anterior, quando registrou 3.106 votos nas eleições de 2020. A segunda mais votada foi Raquel Auxiliadora com 3.058 votos, seguida por Larissa Camargo 2.361 votos, Lineu Navarro 2.212 votos e Fernanda Castelano 1.271 votos.

Os cinco vereadores eleitos serão oposição à administração do Netto Donato, executando fiscalizações e fazendo denúncias.

O vereador Djalma Nery comemorou a ampliação de mais uma cadeira no Legislativo do PSOL e afirmou que uma oposição sólida é saudável para um governo democrático. “Primeiramente, estou feliz pela ampliação da bancada do PSOL, com a vitória nas urnas da professora Fernanda Castelano da UFSCar. Tenho certeza de que ela será uma excelente parlamentar, pela competência como professora e sindicalista”, declarou.

“No tocante à oposição, ressalto que faz parte da construção democrática o pensamento contrário e o debate de ideias. Tenho certeza de que a oposição fortalecida poderá trazer a sociedade para participar das decisões. A Câmara de vereadores, como é sempre dita, é a caixa de ressonância da sociedade. Então, eu espero conseguir com esses mandatos aumentar o grau de participação da sociedade, fazer com que a prefeitura se empenha ainda mais para garantir a transparência dos seus atos”, ressaltou o vereador do PSOL.

Raquel Auxiliadora enalteceu a representação feminina dos partidos de esquerda e prometeu uma oposição respeitosa.

“Nós estaremos fortes, sendo representadas por três mulheres. Isso mostra que nós da esquerda valorizamos e fortalecemos a presença feminina. Podem esperar uma oposição respeitosa, séria, íntegra, como fizemos no nosso mandato”.

Lineu Navarro, por seu turno, lamentou a derrota do PT na corrida eleitoral para a Prefeitura. Além disso, criticou a atual conjuntura do legislativo e do Paço Municipal. “Do ponto de vista administrativo, eu não concordo com o que faz este governo atual na nossa cidade. Discordo profundamente dos esquemas que foram montados, inclusive com grande parte dos vereadores da Câmara Municipal. Acho que vereadores são eleitos para determinadas funções, legislar, impulsionar políticas públicas, sobretudo fiscalizar o executivo, coisa que a Câmara Municipal tem sido totalmente omissa nos últimos três, quatro anos”, argumentou Navarro, que será vereador pelo sexto mandato, após oito anos fora da Câmara. Em 2016 Lineu foi candidato a prefeito e, nas eleições de 2020, o PT não conseguiu garantir duas cadeiras.

O petista criticou a aproximação do futuro prefeito com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e prometeu fazer frente à omissão e à corrupção.

“Não temos concordância política e ideológica com o prefeito eleito, até porque o Netto Donato e o Roselei se aproximaram muito do bolsonarismo. Fizeram questão de trazer para a cidade de São Carlos o filho [Eduardo Bolsonaro], a esposa [Michelle Bolsonaro], que fazem parte da extrema-direita do ex-presidente Jair Bolsonaro”, sublinhou Lineu. “Pode ter certeza, não serei omisso em nada, a nenhum indício de corrupção, que, provavelmente, o governo poderá fazer. Vamos, sim, investigar por que a população espera isso e é um compromisso do meu mandato futuro na Câmara Municipal”, emendou.

Djalma, no entanto, enfatizou que, apesar da discordância do bloco com a gestão do prefeito eleito, o grupo aprovará projetos favoráveis à população. “Não vamos fazer oposição por oposição. Faremos oposição visando o bem-estar coletivo. Aquilo que for bom, nós da oposição estaremos com o governo. Aquilo que não for bom, estaremos aqui para denunciar, cobrar, fiscalizar, que, aliás, é o papel precípuo do Poder Legislativo”, declarou.

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