As aulas estão suspensas e quem está na ativa trabalha de acordo com as recomendações das autoridades sanitárias. Assim, um grupo de aproximadamente dez servidores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) das áreas de Elétrica e Mecânica atuam para auxiliar a área de Saúde de São Carlos e auxiliar no combate a pandemia do conoravírus.
“São trabalhos voluntários para amenizar o sofrimento dos profissionais e dos pacientes e paralelamente serve para adquirir um aprendizado para todos nós através de projetos que estão em andamento”, disse Leonildo Bernardo Pivotto, 31 anos, formado em Tecnologia de Manutenção de Aeronaves e conclui mestrado em Engenharia Mecânica na USP São Carlos.
Atualmente este grupo de servidores trabalham na criação de mascaras 3D, darão manutenção em respiradores de ar do Samu e ainda aventam a possibilidade de fabricar na própria universidade, respiradores.
OS TRABALHOS
Em entrevista ao São Carlos Agora, Pivotto informou que parte dos servidores trabalham em home-oficce, porém outra parte em laboratórios operando máquinas e equipamentos, obedecendo as normas da saúde pública.
Além dele, estão diariamente realizando atividades Heitor Mercaldi (engenharia elétrica), Rafael Visintin (engenharia elétrica) e Sérgio Evangelista (engenharia mecânica). Há iniciativas ainda dos professores Daniel Bratz (engenharia de produção) e Luiz Pessan (engenharia de materiais), além de Rafael Arouca, responsável pela Agência de Inovação da UFSCar.
RESPIRADORES
Pivotto informou que os servidores com a estrutura, material e as ferramentas que universidade possui, passaram a buscar alternativas para diminuir o impacto da Covid-19. “No começo foi tudo individual, mas agora as atividades estão centralizadas”, comentou e a primeira atitude com o grupo de prevenção, foi dar manutenção aos respiradores de ar do Samu. “Não somos especialistas, mas as vezes o aparelho tem uma bateria que não funciona, uma mangueira de ar ressecada, um botão que está danificado e impede a execução do equipamento. São coisas simples que podemos fazer”, afirmou, salientando que segundo pesquisa, o Brasil tem aproximadamente 65 mil respiradores na rede pública e privada dos quais 3,6 mil não funcionam por falta de manutenção. Aqui em São Carlos trabalhamos em cima disso, pois soubemos que há equipamentos que estão encostados.
MÁSCARA SHIELD
Pivotto informou ainda que paralelamente estão sendo confeccionadas máscaras Shield (3D em acrílico), que tapa o rosto e evita o contato com a secreção. “A fabricação é em processo de manufatura aditiva e feita em impressoras. A vantagem é que a armação sai pronta. Mas é feita de forma lenta, pois uma máscara é feita em duas horas”, afirmou. “Estamos atendendo os pedidos do Hospital Universitário que solicitou 80 máscaras. Dá para fazer umas seis por dia e tem servidores que usam seus recursos e fazem elas em suas casas também. Posso afirmar que há professores de outros departamentos realizando o mesmo processo para atender a demanda”, emendou.
FABRICAÇÃO
Por fim Pivotto informou que a Agência de Inovação da universidade e departamentos da área médica iniciação um projeto e possuem um protótipo para fabricar de respirador de ar. “A ideia inicial é fazer cinco unidades e depois de homologada pelas autoridades sanitárias, com a participação da UFSCar e de empresários iniciar a produção em escala”, finalizou.