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Qualidade de Vida

Paralisia Facial

04 Jul 2018 - 05h04Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Paralisia Facial -

A paralisia facial periférica é um distúrbio de instalação repentina, sem causa aparente, marcado pelo enfraquecimento ou paralisia dos músculos de um dos lados do rosto. Ela se instala em virtude de uma reação inflamatória envolvendo o nervo facial, também conhecida como paralisia de Bell, é uma alteração neurológica que acontece quando o nervo facial é afetado por alguma razão, levando ao surgimento de sintomas como dificuldade para movimentar o rosto, falta de expressão em uma parte da face ou apenas a sensação de formigamento, essa alteração o impede de transmitir os impulsos nervosos para os músculos responsáveis pela mímica facial, provocando incapacidade funcional e assimetria da expressão fisionômica, que resultam em danos estéticos muito desagradáveis.

A paralisia facial pode ser causada por vários fatores, como mudanças bruscas de temperatura; estresse; traumatismos, acidente vascular cerebral (AVC), otites, infecções, alterações circulatórias ou tumores próximos ao nervo facial ou no próprio nervo, entre outras causas, até mesmo por algum vírus ou bactéria.

Na paralisia de Bell, assim chamada quando uma causa não é conhecida, acredita-se que haja um mecanismo inflamatório no nervo facial como resposta a uma infecção viral, uma compressão ou uma ausência de irrigação sanguínea. Este é o tipo mais comum de paralisia facial.

Na maioria das vezes, a paralisia facial é temporária, surgindo após estar exposto a temperaturas muito frias ou quando se está passando por um período de muito estresse, mas também pode ser uma seqüela de problemas mais graves como uma infecção ou AVC. Assim, se a paralisia não melhorar após 1 ou 2 dias é importante consultar um clínico geral para identificar se existe algum outro problema que precise de tratamento, se surgirem outros sintomas como desorientação, fraqueza em outras partes do corpo, febre ou desmaio é importante ir imediatamente ao médico.

Em grande parte dos casos, a paralisia facial periférica costuma regredir sem tratamento, à medida que o inchaço do nervo regride espontaneamente. O mesmo acontece com os recém-nascidos que apresentam sinais da doença, quando ocorre compressão do nervo facial durante o trabalho de parto.

A paralisia facial periférica pode acometer homens e mulheres de qualquer idade, a incidência costuma ser maior depois dos 40 anos e pouco comum na infância e na adolescência. Ao que tudo indica, os casos se tornam mais freqüentes em pessoas com história familiar da doença (genética), durante o terceiro trimestre da gravidez e na primeira semana após o parto, nos portadores de diabetes e de infecções respiratórias, como gripes e resfriados.

 

O diagnóstico da paralisia facial é essencialmente clínico, feito através da observação do paciente, tudo para certificar-se de que não há nenhuma outra patologia subjacente, pode-se recorrer a exames de imagens neurológicas como, por exemplo, à ressonância magnética e a análises do líquor ou a outros exames laboratoriais.

A eletroneuromiografia pode dar uma idéia da afetação dos músculos e das fibras nervosas, ajudando no estabelecimento de uma estimativa prognóstica da paralisia.

Sintomas da Paralisia Facial:

  • Boca torta, repuxada para o lado não paralisado.
  • Boca seca.
  • Falta de expressividade em um dos lados da face.
  • Impossibilidade de fechar completamente um dos olhos e de franzir a testa.
  • Dor de cabeça ou na região cervical.
  • Dor na mandíbula.
  • Ausência de sabor na ponta da língua.
  • Hiperacusia (aumento da sensibilidade ao som) em um dos ouvidos.
  • Dificuldades para assoviar ou para reter a saliva dentro da boca.

A Organização Mundial da Saúde define saúde como “estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez”Diante disso, embora cerca de 80% dos pacientes recupere completamente (ou quase completamente) os movimentos faciais, durante algum tempo eles apresentam transtornos funcionais e estéticos que, sem dúvida, interferem na qualidade de vida e podem ter reflexos no desempenho social, psicológico e profissional dos portadores da enfermidade.

Por isso, ao primeiro sinal de alterações nos músculos da face, a pessoa deve procurar um médico e seguir suas recomendações. Nas fases iniciais da doença, os músculos ainda não passaram por um processo de atrofia que, certamente, prejudicará a recuperação.

A paralisia facial periférica idiopática é uma doença de bom prognóstico, uma vez que a maioria dos pacientes pode recuperar-se sem tratamento. No entanto, com tratamento a recuperação costuma ser mais rápida sem o risco de complicações, desejável é que ela ocorra durante as três primeiras semanas a contar do início dos sintomas, se isso não acontece, o risco de seqüelas permanentes pode aumentar.

O tratamento da paralisia facial periférica idiopática é sintomático e inclui uso de Medicamentos, Fisioterapia e Fonoaudiologia. Não existe, entretanto, uma conduta, tudo depende do tipo e extensão do dano sofrido pelo nervo facial, das condições clínicas e da idade do paciente. Esse esquema funciona melhor quando introduzido assim que surgem os primeiros sintomas.

O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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