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quinta, 21 de novembro de 2024
Artigo Rui Sintra

Cidades europeias se manifestam contra o turismo massificado

13 Set 2024 - 06h50Por (*) Rui Sintra
Cidades europeias se manifestam contra o turismo massificado -

Diversas cidades europeias têm promovido, principalmente neste ano, manifestações populares contra o chamado “turismo massificado”. As cidades espanholas de Ibiza, Málaga, Barcelona e Palma de Maiorca organizaram manifestações públicas que reuniram milhares de pessoas oriundas de associações e movimentos sociais contra aquilo que classificaram como “perda da qualidade de vida”, principalmente no que diz respeito a excessos de ruídos nas vias públicas, lixo espalhado pelas ruas, saturação das atividades turísticas, impactos no mercado de habitação e degradação do meio ambiente. Com essas manifestações e segundo a Agência Lusa, de Portugal, outras cidades espanholas estão já cogitando realizar ações similares, como, por exemplo, Menorca, Maiorca e Formentera. Nas reivindicações, os manifestantes exigem limitar o número de voos, de cruzeiros, de aluguel de automóveis e de habitações para férias, além de uma regulamentação para a compra de habitação para não residentes. A Espanha é o segundo destino turístico do mundo depois de França, tendo recebido cerca de 86 milhões de visitantes estrangeiros em 2023, segundo estatísticas oficiais. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística revelam que o turismo representou 11,6% do Produto Interno Bruto (PIB) espanhol em 2022, tendo gerado mais de 1,9 milhões de postos de trabalho no mesmo ano. Também em Portugal começam a surgir manifestações contra o turismo massificado, tal como já  aconteceu na cidade italiana de Veneza. O exemplo português vem da bonita vila de Sintra (30 Km de Lisboa), onde os turistas estão sendo recebidos com cartazes nas janelas das habitações e nas vitrines dos comércios exigindo das autoridades públicas medidas urgentes contra o caos no trânsito e o turismo desenfreado, que descaracterizam um local único do país que é inscrito como Patrimônio Mundial. Segundo a Agência Lusa, a associação “QSintra”, que encabeçou o protesto e a divulgação recente de um manifesto, a vila de Sintra necessita com urgência de uma revitalização da comunidade e qualidade de vida dos residentes; um maior cuidado e mais critério no planejamento e na gestão urbana; turismo de qualidade e não de quantidade; combate à "excessiva dependência" do turismo; recuperação e preservação da natureza, com regras e fiscalização mais estritas que preservem a paisagem, a área florestal e a orla costeira. São ainda motivos de exigência da associação a necessidade de se fazer um levantamento sistemático de todos os grandes projetos que estejam relacionados com a construção de novos hotéis, empreendimentos imobiliários e superfícies comerciais, no sentido de se poder avaliar os seus impactos sobre a paisagem, o ecossistema, a mobilidade e a vida das populações locais. Ainda segundo a Lusa, no entender da associação “Sintra tem todas as condições para se tornar num polo cultural de grande qualidade e projeção mundial em áreas importantíssimas, como, por exemplo, a música, a literatura, o cinema, as artes plásticas, o artesanato e ofícios, e a gastronomia".

O autor é jornalista profissional/correspondente para a Europa pela GNS Press Association / EUCJ - European Chamber of Journalists/European News Agency) - MTB 66181/SP.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

 

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