A doença cardíaca congênita (cardiopatia) é uma alteração na estrutura do seu coração presente antes mesmo do nascimento, é um termo genérico utilizado para descrever alterações do coração, presentes ao nascimento. Essas alterações ocorrem enquanto o feto está se desenvolvendo no útero e pode afetar cerca de 1 em cada 100 crianças, essa alteração congênita é a mais comum e uma das principais causas de óbito relacionados a malformações congênitas.
As cardiopatias congênitas são malformações ou defeitos na estrutura anatômica do coração e nos grandes vasos presentes no nascimento, são tão graves que podem colocar a própria vida em perigo. A maior parte das cardiopatias congênitas é secundária a uma imperfeição da embriogênese no decorrer da 3ª até 8ª semana gestacional quando o sistema cardiovascular está se desenvolvendo.
O coração é dividido em quatro câmaras – duas do lado direito e duas do lado esquerdo. No desempenho de sua tarefa básica - bombear sangue por todo o corpo - o coração usa seus lados esquerdo e direito para diferentes tarefas.
O lado direito do coração, recebe o sangue venoso rico em gás carbônico, proveniente dos tecidos, e será transportado para os pulmões através das artérias pulmonares. Nos pulmões, ocorrerá a hematose que é o processo em que o gás carbônico será trocado por oxigênio, e em seguida, este sangue rico em oxigênio retornará para o lado esquerdo do coração através das veias pulmonares. O lado esquerdo do coração bombeia o sangue através da aorta para o resto do corpo para que as células possam utilizar o oxigênio como combustível para o seu funcionamento.
As causas mais freqüentes de malformações cardíacas congênitas são diversos fatores ambientais aos qual a Mãe se pode expor durante a gravidez e que, ao longo da vida intra-uterina, interferem direta ou indiretamente no desenvolvimento do coração e dos grandes vasos. O efeito desta exposição é particularmente nocivo quando ocorrem durante os primeiros três meses da gravidez, os fatores ambientais mais freqüentes são as infecções provocadas por vários tipos de vírus (por exemplo, vírus da rubéola, coxsackievírus, citomegalovírus), a exposição aos raios X, o excessivo consumo de álcool e a administração, ao longo da gravidez, de determinados medicamentos contra-indicados, e em outros casos, as cardiopatias congênitas são provocadas por anomalias genéticas ou cromossômicas, por esse motivo que em determinadas doenças genéticas ou resultantes de anomalias cromossômicas, como a síndrome de Turner ou a síndrome de Down, podem ser originadas cardiopatias congênitas.
As cardiopatias congênitas podem produzir sintomas no nascimento, durante a infância, ou estão só na idade adulta. Em alguns casos, a cardiopatia congênita não causa sintomas.
Segundo dados da sociedade brasileira de cardiologia no Brasil nascem em torno de 23 mil crianças com problemas cardíacos. Dessas em torno de 80% necessitarão de alguma cirurgia cardíaca durante a sua evolução.
Os sintomas de cardiopatia congênita podem não aparecer até mais tarde na vida. Eles também podem reaparecer anos depois de fazer algum tratamento para um problema cardíaco, os sintomas dependerão também do tipo de má-formação apresentado pelo paciente.
A cianose (pele com coloração azulada) aparecerá na alteração que provocam shunt, ou seja, uma passagem anormal do sangue do lado direito do coração (rico em CO2), para lado esquerdo (rico em O2). Com isso teremos a entrada de sangue pouco oxigenado na circulação que vai para o corpo todo, Falta de ar, Pneumonias de repetição, Tosse, Sudorese ou cansaço para as mamadas (neonatal), Cansar rapidamente após exercício, Tonturas ou desmaios, Inchaço de tecido do corpo ou órgãos (edema), por disfunção do músculo cardíaco.
O diagnóstico realiza-se através da investigação dos antecedentes familiares e da gravidez, através da exploração física e de exames complementares, como radiografias ao tórax, eletrocardiograma, ecocardiogramas e cateterismos cardíacos.
O tratamento da cardiopatia congênita depende do tipo e da gravidade, alguns bebês têm cardiopatias leves, que curam por conta própria com o tempo, outros casos, podem ser necessário tratamento medicamentoso ou exigir cirurgia cardíaca, podem incluir: procedimentos por cateter, cirurgias de peito aberto ou, nos casos mais graves, um transplante de coração. Por vezes, o tratamento consiste simplesmente na adoção de determinadas medidas gerais como, por exemplo, o repouso, evitar o exercício físico e a administração de medicamentos para aliviar os sintomas.
De qualquer forma, nos casos mais graves, costuma ser necessário recorrer à reparação das estruturas cardíacas afetadas, quer seja através de cateterismos cardíacos ou mediante uma intervenção cirúrgica. Por fim, existem casos em que a única solução é um transplante de coração ou até do coração e pulmões.
Como a causa exata da maioria das cardiopatias congênitas é desconhecida, pode não ser possível evitar essas condições. No entanto, existem algumas coisas que podem ser feitas para reduzir o risco de cardiopatia congênita em seu filho: Tomar a vacina de rubéola, Controlar doenças crônicas, como diabetes, Evitar substâncias nocivas durante a gravidez.
A fisioterapia tem um papel muito importante no pré e pós-operatório de cardiopatias com suas técnicas em fisioterapia cardiorrespiratória, manipulações, fortalecimento, proporcionando a melhor qualidade de vida possível aos portadores de cardiopatias.
(*) O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia.
Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.