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quarta, 22 de janeiro de 2025
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Tecnologia patenteada pela USP avalia qualidade das lentes de óculos de sol para direção de veículos

Desenvolvida na Escola de Engenharia de São Carlos, a inovação permite a correta identificação das cores do semáforo, o que nem sempre ocorre quando os óculos são muito escuros

22 Jan 2025 - 16h25Por Assessoria de Imprensa
Tecnologia patenteada pela USP avalia qualidade das lentes de óculos de sol para direção de veículos -

Óculos de sol podem ser aliados importantes na direção, especialmente em dias de sol intenso, quando a luminosidade pode ofuscar os sinais de trânsito. No entanto, lentes muito escuras podem dificultar a diferenciação de cores e representar um risco para motoristas. Considerando esses aspectos, o Laboratório de Instrumentação Oftálmica do Departamento de Engenharia Elétrica (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP desenvolveu um método inovador que avalia a transmitância de objetos translúcidos, como as lentes de óculos, para verificar sua adequação à direção.

De acordo com Liliane Ventura, professora do SEL e coordenadora do projeto, a proteção ultravioleta é um aspecto já conhecido nesses acessórios, mas há outras características que raramente recebem atenção, como a capacidade das lentes de permitir a correta identificação das cores do semáforo. “Alguns óculos de sol são tão escuros que dificultam perceber a mudança de cor no semáforo”, pontua.

Visão segura

A inovação da equipe, batizada de Método e Sistemas de Medição de Características de Transmitância de Objetos Translúcidos, é um aparelho que mede a transmissão da luz em diferentes comprimentos de onda, como o verde, vermelho, amarelo e até azul, cor utilizada em semáforos de alguns países. Essa análise gera coeficientes que indicam se as lentes atendem ao padrão necessário para uma visão segura durante a direção.

Conforme a docente, medições desse tipo eram feitas, historicamente, com espectrofotômetros, equipamentos complexos que requerem conhecimento técnico para operar. O novo aparelho, segundo ela, realiza análises similares de forma automatizada e com precisão próxima a 99% em relação aos resultados obtidos pelos espectrofotômetros.

“É uma solução prática para óticas e fabricantes, que podem usar o equipamento para avaliar a qualidade das lentes que comercializam”, afirmou a professora. Além disso, o dispositivo foi projetado para ser acessível e eficiente, tornando-se uma alternativa viável para certificação fora de laboratórios especializados.

Mercado

Segundo Liliane, atualmente há óculos tão escuros que dificultam a percepção rápida das mudanças de cor nos semáforos. “Essa análise geralmente é realizada com equipamentos de espectroscopia operados por profissionais especializados. No entanto, queríamos ampliar essa possibilidade de avaliação para um público mais amplo e, com isso, desenvolvemos um protótipo com interface intuitiva, permitindo que qualquer pessoa pudesse testar seus óculos e verificar se são adequados para dirigir.”

Com a concessão da patente, válida por 20 anos, Liliane ressalta o apoio e estímulo da Universidade para que as inovações geradas em suas instalações transcendam o ambiente acadêmico. Ela afirma que a estrutura dos laboratórios, juntamente com o suporte em projetos de extensão oferecido pela Universidade, facilita a conversão do conhecimento científico em inovações úteis para a indústria e a sociedade.

“Com a patente em mãos, nosso próximo passo será aprimorar o protótipo utilizando recursos de extensão e disponibilizá-lo, por exemplo, em museus de tecnologia, no Centro de Divulgação Científica e Cultural, entre outros espaços, para ampliar a acessibilidade e permitir que o público tenha contato direto com o equipamento”, conclui a professora.

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