Aproximadamente 27 funcionários da Creche filantrópica Anita Costa, apoiados por vários pais de alunos, realizaram um manifesto na manhã desta quarta-feira, 30, em frente à Prefeitura Municipal. Eles exigem que sejam pagos seus vencimentos após o fechamento da entidade filantrópica que atendia 162 crianças.
Uma das manifestantes, Zuleika Rubem que afirmou que trabalhava na entidade há vários anos, informou que não recebem desde setembro e que há 15 dias estão parados. “Neste período a gente teve a promessa que nossos direitos seriam pagos. Mas isso não aconteceu. Foi oferecido uma cesta básica, mas isso não paga nossas contas. E por causa deste problema, estamos sem férias, sem 13º e salários vencidos”, comentou.
De acordo com Zuleika, os problemas envolvendo repasses da ordem de R$ 460 mil, segundo ela, começaram em 2021. “Pelo que sei, a direção da creche não teria conseguido prestar contas; ocorreram problemas com FGTS, INSS e os salários começaram a atrasar”, lamentou. “E após esses anos, ocorreu o fechamento da creche”.
De acordo com a funcionária, o movimento é para que os funcionários sejam recebidos e tenha um diálogo para que ocorra uma definição sobre as questões salariais. “Esperamos poder conversar com alguém”, afirmou.
Por fim, indagada como fica o futuro da creche e dos funcionários, ela mostrou-se receosa. “Há conversas que uma empresa vai assumir a creche e vamos ser recontratadas. Mas não nos foi dada nenhuma garantia”, finalizou.
Mães solidárias
Duas mães de alunos da creche que estavam presentes ao manifesto, mostraram-se solidárias às funcionárias.
Uma delas disse que o filho fica em casa desde o fechamento da entidade e que não tem onde deixá-lo. “Sou solidária às “tias” que cuidam muito bem do meu filho”, disse.
Outra mãe, contrariada, afirmou que foi obrigada a pedir a demissão do trabalho para cuidar do filho. “Eu não tinha onde deixar meu filho. Tive que sair do trabalho, perder um salário que ajudava minha família, para cuidar do meu filho”, lamentou.
Entenda o caso - No ano passado a Secretaria Municipal de Educação havia identificado, através do Departamento de Convênios da Prefeitura, inconsistência na prestação de contas da Creche Anita Costa, já que a instituição utilizou R$ 460 mil repassados pelo município durante o período da pandemia de Covid-19 (sem aulas), incompatível com o que estava previsto no plano de trabalho, razão que levou à suspensão de novos pagamentos.
Quando ocorre uma inconsistência na prestação de contas a administração cessa o pagamento até que a instituição faça o ressarcimento aos cofres públicos dos valores utilizados de forma errada, ou seja, não prevista no plano do trabalho.