Registro do Cerrado da UFSCar: a exuberância da natureza são-carlense - Crédito: Trilha da Natureza-UFSCarCom a proposta de remoção da barragem da Represa da Universidade Federal de São Carlos, renaturalização do canal do Córrego Monjolinho e a restauração ambiental do entorno, a cidade de São Carlos, em São Paulo, foi uma das dez selecionadas para um programa de aceleração. Até agosto de 2023, a cidade poderá contar com capacitações, mentoria e oportunidades de conexão com financiadores, para impulsionar a implementação do projeto.
Primeiro programa brasileiro de aceleração de projetos urbanos de SBN, o Acelerador de Soluções Baseadas na Natureza em Cidades busca impulsionar essas soluções, consideradas entre as mais promissoras formas de mitigar os efeitos das mudanças climáticas e adaptar os centros urbanos aos eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.
São Carlos foi selecionada para o Projeto Descomissionamento da Barragem da Represa da Universidade Federal de São Carlos e Renaturalização do Córrego do Monjolinho, pois o aumento de eventos climáticos extremos em função das mudanças climáticas representa um risco para a barragem por acumulação de água localizada na Universidade Federal de São Carlos e para as pessoas que circulam na área.
Liderado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação de São Carlos (SP), o projeto prevê restaurar três áreas: a área da represa (descomissionamento, renaturalização do córrego e parque linear), a área alagada e a área da vegetação de Cerrado, considerando a recuperação da funcionalidade ecológica mantenedora da biodiversidade. O projeto promoveria a regeneração de ecossistemas, a redução de riscos naturais urbanos e a melhoria na saúde humana e qualidade de vida.
Os selecionados que enviarem a documentação requerida para participar do programa contarão com nove meses de apoio na estruturação dos projetos, incluindo mentorias individuais e atividades de capacitação online e presenciais. A perspectiva é que as atividades desenvolvidas no acelerador permitam aos projetos aumentar suas possibilidades de financiamento e implementação. Os dois projetos que conseguirem avançar mais em sua estruturação ainda contarão com apoio adicional até 2024.
Sobre o Acelerador de SBN em Cidades
O Acelerador é liderado pelo instituto WRI Brasil, que pesquisa e promove soluções sustentáveis nas áreas de cidades, florestas e clima. A organização anunciou, nesta quarta-feira (9), os dez projetos urbanos que passarão pelo programa de capacitação e mentoria do Acelerador de Soluções Baseadas na Natureza em Cidades. Eles vêm de diferentes regiões do país e de municípios grandes e pequenos. Têm, em comum, o foco em reintegrar a natureza como aliada na mitigação de desastres, inclusão social e redução de vulnerabilidades nas cidades brasileiras.
“A mudança do clima já impacta todas as regiões do país. As SBN são uma das formas mais custo-efetivas pelas quais as cidades podem se tornar mais resilientes e inclusivas, olhando para as populações mais vulneráveis aos impactos climáticos. O Acelerador de SBN em Cidades apoia os municípios no que é um dos gargalos para o avanço destas soluções inovadoras: a construção de capacidades técnicas e institucionais para elaborar projetos robustos e bancáveis”, destaca Luis Antonio Lindau, diretor do programa de Cidades do WRI Brasil.
"As soluções baseadas na natureza são ações pautadas no uso de serviços ecossistêmicos para superar os maiores desafios dos nossos tempos e sabemos que só existe SBN onde existe natureza preservada. Acreditamos na cocriação de ideias e na construção de capacidades a partir de parcerias entre diferentes setores da sociedade", afirma Juliana Baladelli Ribeiro, especialista em SBN da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, apoiadora do Acelerador. A instituição teve participação no Acelerador desde a sua concepção até a avaliação e seleção dos projetos.
O Acelerador de Soluções Baseadas na Natureza em Cidades é uma realização do WRI Brasil, com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e financiamento da Caterpillar Foundation e do Ministério do Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra UK). Conta com a parceria da iniciativa Cities4Forests e da Aliança Bioconexão Urbana.
