Importantes fontes de recursos para uma base educacional competitiva a nível mundial, os endowments de universidades estão crescendo no mercado brasileiro, mas ainda seguem distantes de outros países onde estes fundos já ultrapassaram a cifra de bilhões de dólares.
Foi pensando nisso que surgiu o fundo patrimonial Chronos, para a USP São Carlos. O projeto nasceu em 2021, ano em que conseguiu, em menos de três meses, R$ 2,5 milhões em cartas de compromisso de doação. Na mesma época, parceiros estratégicos como Pinheiro Guimarães, Pinheiro Neto, Onovolab e agências de marketing e identidade visual se juntaram ao projeto para prestarem serviço pro bono.
No ano seguinte, iniciou-se o processo de constituição do Chronos. Em 2024, após uma longa jornada, foi lançada oficialmente a Associação Gestora do Fundo Patrimonial Endowment Chronos, que já atingiu a marca de R$1,3 milhão em doações. A lista inclui a família Ometto, Vicente Fermino Bento da Frisokar, Edivar Vilela de Queiroz Filho da Luz Soluções Financeiras e CSD BR, e Caetano Biagi da Alliage.
É o primeiro endowment de São Carlos, conhecida como a capital nacional da tecnologia por sediar mais de 200 empresas de alta tecnologia. Também é a cidade onde há mais doutores per capita por habitantes e que detém cinco vezes a média nacional de registro de patentes por habitantes.
Natural do Pará, Roberto Savaris cresceu em Monte Dourado, de onde saiu aos 15 anos para estudar na capital Belém, e de lá para a USP São Carlos. Ex-aluno de engenharia mecatrônica da universidade, Savaris entrou para o mercado financeiro há 15 anos. Com passagem pelo Credit Suisse, se juntou a ex-executivos do banco para fundar a Möbius Capital, gestora de recursos com foco em investimentos alternativos.
Ele é o idealizador e presidente do Chronos, organização sem fins lucrativos, que atua de forma totalmente independente e sem qualquer vínculo formal com a USP. Sua gestão é focada em perpetuar recursos, que são destinados a apoiar projetos da comunidade da USP São Carlos, como alunos, professores, funcionários e entidades representativas dessas categorias. O Chronos surge como meio de fomentar um ambiente de cooperação onde ex-alunos, empresas e investidores poderão contribuir para o futuro de uma universidade ainda mais autônoma, capaz de gerar grandes lideranças que impactem positivamente o Brasil e o mundo.
Atualmente, tem como parceiro o BTG Pactual, 190 voluntários, 38 conselheiros e dez diretores executivos, grande parte do mercado financeiro, como Eduardo Castro, CIO da Portofino, Danilo F. Vitti, da Apex Capital e Luiz Henrique Noronha, da DNA Capital.
Projetos de pesquisa, cultura e extensão, esportes, tecnologia e inovação, inclusão social, permanência estudantil e infraestrutura estão no radar do fundo.
Em 2024, a meta é trazer cursos e mentorias para a comunidade da universidade sem ainda utilizar o principal rendimento do Chronos, demonstrando compromisso com o objetivo de longo prazo do fundo. Para 2025, o objetivo é lançar o primeiro edital de projetos dos mais variados perfis para fomentar bolsas de estudo, cursos e doações para projetos de tecnologia, projetos de pesquisa e apoio para a infraestrutura da universidade que precise de investimentos.