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terça, 26 de novembro de 2024
Em busca de um sonho

São-carlense com esclerose múltipla busca espaço no mundo artístico

MC Caio Lopes luta para sobreviver e ser cantor de funk; tem no DJ Nenê um dos grandes apoiadores

19 Ago 2024 - 13h33Por Marcos Escrivani
Caio: “Luto para viver e para ser cantor. Que apenas fazer o que amo e realizar meu sonho” - Crédito: DivulgaçãoCaio: “Luto para viver e para ser cantor. Que apenas fazer o que amo e realizar meu sonho” - Crédito: Divulgação

Lutar pela sobrevivência e, paralelamente, buscar tornar realidade um sonho: ser cantor de funk. Este é o dia a dia do são-carlense MC Caio Lopes, que reside no Residencial Eduardo Abdelnur, em São Carlos. Com 25 anos, batalha inicialmente para ter uma vida tranquila, já que é portador de esclerose múltipla. Paralelamente, tendo em DJ Nenê um dos grandes apoiadores, que se tornar cantor de funk.

Nenê foi o produtor do falecido MC Kevin, que brilhou com o funk Doutora II. “Ele acreditou no meu talento, e me ajuda na música, como produtor musical”, disse Caio.

Nascido e criado em São Carlos, Caio concedeu entrevista ao São Carlos Agora e disse que é cantor, compositor, intérprete, produtor fonográfico e autor e tem no funk um estilo de vida. “Mas um funk que mostra o lado consciente, o que vivencio desde a infância. Retrato a maldade que tem no mundo, preconceito da comunidade, o sofrimento do povo carente”, disse.

De acordo com ele, a paixão pela música começou quando tinha apenas 6 anos de vida quando ganhou da mãe um CD de Charlie Brown Júnior. “Desde então a música é minha expressão de vida, minha liberdade. E recebo todo o apoio da minha mãe (Alexandra Vieira)”, disse, afirmando que ambos moram juntos. “Meu sonho é fazer shows, buscar meu espaço no meio artístico. Assim poderei dar uma mulher vida para a minha mãe. Ajudá-la em tudo”, afirmou.

Luta pela vida

Enquanto busca espaço no meio artístico, Caio tem uma batalha paralela, onde busca a superação no dia a dia, para poder ter qualidade de vida. E uma vida normal.

Durante acompanhamento médico, através de consultas e exames, em 2021 foi diagnosticado com esclerose múltipla e desde então convide com a doença. “Ela me tem, mas eu não tenho ela”.

Ele disse que quando tinha crises que atingiam a medula, ficava com disfunção motora por até 48 anos. “Não conseguia fazer nada. Não tinha movimentos”. Porém, Caio afirmou que agora faz tratamentos e graças a ele, caminha normalmente. “Por sorte, com ajuda da minha mãe, tenho um plano de saúde que fornece os medicamentos, que são de uso contínuo. Por isso não tenho mais crises. De eu dependesse do Governo Estadual, acho que teria morrido, pois minha família entrou com processo na Justiça para que fosse fornecido o medicamento necessário. Ganhamos a causa, mas até hoje não recebo nada”, lamentou.

Problemas à parte, Caio resumiu o seu dia a dia. “Luto para viver e para ser cantor. Que apenas fazer o que amo e realizar meu sonho”, finalizou.

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