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domingo, 22 de dezembro de 2024
Dia de Conscientização

Neurologista da Santa Casa fala sobre a epilepsia

Segundo o médico Vitor Pugliesi, doença ataca as vias neuronais e se manifesta por meio de crises convulsivas

28 Mar 2023 - 07h18Por Redação
Ainda segundo o neurologista, a pessoa deve manter a calma ao presenciar alguém em crise convulsiva - Crédito: Comunicação Santa CasaAinda segundo o neurologista, a pessoa deve manter a calma ao presenciar alguém em crise convulsiva - Crédito: Comunicação Santa Casa

O dia 26 de março é a data usada no mundo todo para falar sobre a doença que acomete cerca de 2% da população brasileira e 50 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com o neurologista da Santa Casa Clínicas, Vitor Pugliesi, a epilepsia é uma doença das vias neuronais e se manifesta por meio de crises convulsivas. “É importante saber que a crise convulsiva é um evento, onde a pessoa tem aqueles abalos musculares bastante vigorosos. Isso causa bastante impacto social e tem que ter uma atenção médica”, disse.

No entanto, ainda segundo o especialista, ter convulsão não significa necessariamente que a pessoa tenha epilepsia: “Sabemos que em idosos, infecções, alterações de sódio, potássio, de vários processos metabólicos, podem gerar crise convulsiva. Nestes casos, o que temos que fazer é tratar a causa”.

CAUSAS

Lesões estruturais no sistema nervoso central como cicatrizes de AVC, alterações de tumores e mal formações cerebrais são as principais causas da doença. “Às vezes o indivíduo teve um traumatismo craniano no passado e aquela cicatriz, depois de um tempo, gerou crise convulsiva. Então, o que é mais comum são essas lesões estruturais”, afirmou o neurologista da Santa Casa Clínicas.

Outra causa responsável por desencadear a doença é a chamada epilepsia do lobo temporal. “Essa porção do cérebro pode gerar uma cicatriz, uma lesão, e essa lesão neste local gera crise convulsiva”, complementou.

O QUE FAZER DIANTE DE UMA CRISE CONVULSIVA?

Ainda segundo o neurologista, a pessoa deve manter a calma ao presenciar alguém em crise convulsiva e, caso não tenha nenhum profissional por perto, prestar o auxílio necessário. “Segure a cabeça da pessoa, para que ela não tenha um traumatismo craniano associado, e aguarde a crise passar. Em geral, as crises duram no máximo 1 minuto e alguns segundos. Ela vai passar naturalmente. Caso a pessoa tenha náuseas ou vômitos, lateralize a cabeça dela, para que esse conteúdo do estômago não vá para os pulmões”, disse.

Após o fim desta crise, a recomendação é verificar com a pessoa ou algum familiar se ela já faz algum tipo de tratamento com um neurologista. “Se ela estiver fazendo tratamento é preciso investigar o que aconteceu. Se a pessoa estiver bem, ela volta a acompanhar com o neurologista dela e as medicações são otimizadas. Caso tenha sido uma crise inédita, um evento único, ou se a pessoa não estiver bem, não voltou ao normal dela, então deve-se procurar a emergência, onde terá uma avaliação médica precisa”, afirmou.

TRATAMENTO

Para minimizar o impacto da doença e as crises convulsivas, o Dr. Vitor explica ser fundamental realizar o tratamento com um especialista: “É importante fazer esse diagnóstico correto, porque, em alguns casos de epilepsia, há o tratamento medicamentoso, mas há outros tipos de epilepsia em que o tratamento é com medicação, mas também existe a proposta de cirurgia”.

“O médico que acompanha a epilepsia é o neurologista, que vai saber indicar os melhores exames de investigação e tratamento”, complementou o neurologista da Santa Casa Clínicas.

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