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quarta, 04 de dezembro de 2024
História da aviação

Parceria público privada pode reabrir Museu da TAM em São Carlos

Marcos Amaro, dono do acervo apresentou uma exposição em Itu apenas com as naves históricas de Santos Dumont

04 Dez 2024 - 11h36Por Marco Rogério
Museu da TAM em 2014 - Crédito: JCMA/Creative CommonsMuseu da TAM em 2014 - Crédito: JCMA/Creative Commons

De acordo com fontes da Prefeitura Municipal de São Carlos, o Museu Asas de um Sonho, que funcionava na antiga TAM, hoje LATAM, e que está fechado há oito anos, poderá, a partir do próximo ano, no governo do prefeito eleito Netto Donato (PP), ser transferido para um galpão na Rodovia Engenheiro Thales Lorena Peixoto Jr. (SP-318), através de uma PPP (Parceria Público-Privada).

A modalidade da parceria está sendo debatida com as partes interessadas, mas é certo que o empresário que assumir a responsabilidade de abrigar o museu aéreo terá que investir em uma área de 16 mil metros quadrados, que deverá ser coberta para reunir o acervo de quase 100 aeronaves históricas. Detalhes como a Prefeitura irá subsidiar o museu e abrir a visitação ao público em geral ainda estão em fase de acertos.

O empresário e artista plástico Marcos Amaro chegou a anunciar para o dia 10 de agosto deste ano a “reinauguração” do museu aéreo no município de Itu, a 94 quilômetros de São Paulo, com uma exposição especial denominada “Santos-Dumont – Pioneiros da Aviação”.

Porém, ele apresentou apenas um miniacervo, com réplicas do 14-Bis e do Demoiselle, além dos históricos aviões São Paulo, desenvolvido por Dimitri de Lavaud, e Blériot XI, por Louis Blériot.

Mais de 90% das aeronaves do antigo Museu da TAM, que abrigava cem aeronaves, todas históricas, entre elas o Lockheed Constellation e o Supermarine Spitfire, da 2ª Guerra Mundial, bem como os Fokker F-27 e F-100, nunca deixaram o município de São Carlos.

Filho do fundador da TAM, Rolim Amaro, o empresário Marcos Amaro é também empreendedor na aviação, fundador da Amaro Aviation, empresa de compartilhamento de aeronaves, gerenciamento de frotas e táxi aéreo.

“Quero dar continuidade ao sonho de meu pai e meu tio, que montaram esse incrível acervo com muito esforço e ao longo de muitos anos”, comenta Marcos Amaro. O museu também contará com diversos objetos pessoais que pertenceram a Rolim e um espaço em homenagem a ele.

O imbróglio em torno do tema ganhou a grande mídia brasileira com a publicação de uma reportagem no jornal O Globo ainda no primeiro semestre, no dia 20 de abril. A imprensa de Itu e região também ficou alvoroçada com a possibilidade de ganhar uma grande atração turística.

À revista ASAS, Marcos Amaro confirmou que parte da mostra poderá estar em exibição ainda este semestre. Segundo ele, terão prioridade os caças Supermarine Spitfire, Vought F4U Corsair e Messerschmitt Bf-109, da Segunda Guerra Mundial, e os Fokker 100 e Fokker 27 operados no passado pela TAM. “Estamos ainda em negociação e estudo. As demais aeronaves vão chegar aos poucos ao longo do tempo”, afirmou ele à revista na época.

O acervo aeronáutico está em um espaço de 25 mil metros quadrados da companhia LATAM, criada em 2010 a partir da fusão da TAM com a chilena LAN. A empresa, que faz manutenção de aeronaves, pretende ampliar o MRO no espaço onde está o acervo do antigo museu.

Em abril, o jornalista Luiz Antonio Garmêndia, que atualmente atua na comunicação da Prefeitura de São Carlos, afirmou que a mudança do Museu Asas de um Sonho para outra cidade não é tão simples como foi publicado na grande imprensa e na mídia especializada em aeronáutica.

Garmêndia afirmou, na época, que a Prefeitura de São Carlos tem um protocolo com a Associação Asas de um Sonho, responsável pelo acervo, para a reabertura do museu. “Nas negociações, a Prefeitura assume todos os custos de manutenção, limpeza e segurança para que o museu abra aos finais de semana, sem cobrança de ingresso. Desde o fechamento, a gestão Airton Garcia foi a única a buscar uma alternativa para a reabertura e permanência em São Carlos”, destaca ele.

Ele relata ainda que, como as instalações estão na área de responsabilidade da LATAM, falta a concordância da empresa, que não teria nenhum tipo de custo, para o funcionamento. “Conforme contato nesta semana, Prefeitura e Associação mantêm as tratativas para a reabertura. Vale lembrar que, quando da incorporação da TAM pela LAN, formando a LATAM, foi firmado contrato registrado que garante a permanência do museu onde se encontra por mais 40 anos”, completa ele.

LATAM DESCONVERSA

Indagada sobre o Museu Asas de um Sonho, a empresa LATAM emitiu uma nota que não diz absolutamente nada, esquivando-se totalmente do assunto. “O Museu Asas de um Sonho é uma associação independente, e seu acervo não pertence à LATAM. As informações devem ser buscadas com os responsáveis pela associação e seu acervo”, afirmou a empresa aérea.

AMARO CONCORDA EM MANTER ACERVO EM SÃO CARLOS

Marcos Amaro admite manter parte do acervo em São Carlos. “Estou estudando possibilidades junto à prefeitura da cidade para encontrarmos soluções viáveis para que uma parte do acervo fique em São Carlos”, diz.

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