(16) 99963-6036
quarta, 18 de dezembro de 2024
Água

MP afirma que Mariel Olmo "não cumpriu com sua palavra"

Estudos da UFSCar constataram que a água chega limpa até a junção do Monjolinho com o Córrego Ponte de Tábua e depois fica muito suja, quase em estado de esgoto puro.

17 Dez 2024 - 15h08Por Da redação
Mariel Olmo, presidente do SAAE  - Crédito: Arquivo SCAMariel Olmo, presidente do SAAE - Crédito: Arquivo SCA

O promotor do Meio Ambiente e Urbanismo, Flávio Okamoto afirmou, nesta terça-feira, 17 de dezembro, com exclusividade ao SÃO CARLOS AGORA, que o presidente do SAAE, Mariel Olmo, não cumpriu com sua palavra. “Infelizmente o presidente do SAAE não cumpriu a palavra. Tinha prometido em agosto um projeto de substituição de parte do coletor de esgoto na região do Tangará”, ressaltou ele. 
Porém, Okamoto está otimista com a gestão do prefeito eleito, Netto Donato (PP). “Mas tenho fé de que na próxima gestão a substituição será feita”, comenta Okamoto. 

O Ministério Público do Estado de São Paulo realizou na última quarta-feira, 11 de dezembro, na Escola Estadual Adu Kemel Dibo, no Jardim dos Coqueiros, na Zona Leste, uma audiência pública com a presença de dirigentes do SAAE e ativistas ambientais, para se debater a qualidade da água do município. Na reunião desta quarta-feira, dirigentes e técnicos do SAAE deveriam apresentar as medidas tomadas para solucionar ou mitigar os problemas. 

A Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de São Carlos apresentou em agosto deste ano o “Diagnóstico Ambiental Participativo: captação de água do Espraiado”, que foi anexado ao Inquérito Civil 2021, que tem apurado medidas necessárias à preservação do entorno dos locais de captação de água do SAAE de São Carlos no Córrego do Monjolinho e no Ribeirão Feijão.

As análises foram realizadas em oito pontos de coleta nos Córregos Ponte de Tábua e São Rafael – De acordo com as análises, dois pontos (um Córrego São Rafael, próximo à Fazenda Dois Portões), o outro no Córrego Ponte de Tábua, Av. Dr. Aurélio Catani, foram considerados “pontos críticos” por altas concentrações de coliformes fecais.

Monjolinho recebe dejetos da rede de esgotoCórrego do Monjolinho.

Fontes ligadas à UFSCar revelam que as visitas técnicas mostraram as irregularidades: drenagem deficitária das águas pluviais da rodovia Washington Luiz resultando em vários pontos a erosão com acúmulo de resíduos / assoreamento dos córrego; pressão antrópica observada está relacionada ao seu uso e ocupação; cultivo de cana-de-açúcar e hortaliças na APP; depósito de resíduos sólidos recicláveis – aumento de áreas loteadas contíguas à APP; atividade agropastoril na APP;  desmatamento, supressão e fragmentação da vegetação em vários trecho  próximos à APP ocorre também muitos descartes.

Os dois principais inquéritos contra o SAAE são o que investiga a perda de água tratada na rede de distribuição (cerca de 40%) e o que investiga a qualidade da água nas captações superficiais. Foi constatado que a água chega limpa até a junção do Monjolinho com o Córrego Ponte de Tábua e depois fica muito suja, quase esgoto puro. 

O SCA entrou em contato com a assessoria do SAAE, mas até o momento não obtivemos respostas. 

Leia Também

Últimas Notícias