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Hospital-Escola: Newton Lima inaugura 1º módulo e Ministério da Saúde anuncia verbas para 2º

Aposentado de 67 anos do bairro Cruzeiro do Sul foi o primeiro paciente atendido no hospital na manhã do dia 5

06 Nov 2007 - 01h50Por Redação São Carlos Agora

Entrou em operação às 7 h da manhã de ontem (5) o 1º módulo do Hospital-Escola Municipal “Prof. Dr.Horácio Carlos Panepucci”, que passa a funcionar 24 horas por dia atendendo casos de urgência e emergência encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), regulador do Sistema Municipal de Saúde e responsável pela melhor decisão no encaminhamento dos pacientes para as Unidades de Pronto-Atendimento – UPAs, Hospital-Escola ou Santa Casa.
Por volta das 9h30 de ontem (5), uma ambulância do SAMU chegou ao hospital trazendo o primeiro paciente: o aposentado Luís, de 67 anos, que estava com arritmia cardíaca e foi encaminhado ao hospital por uma unidade de saúde do Jardim Cruzeiro do Sul.
Flavia Vernaschi Lima, coordenadora da equipe de referência multidisciplinar de saúde do hospital, explica que “os exames eletrocardiográficos e de laboratório identificaram uma intoxicação digitálica por medicamento utilizado que atua no ritmo do coração que às vezes, por uma deficiência nutricional de um elemento químico ou por excesso de medicamento provoca a intoxicação”.
Ainda de acordo com ela, o paciente está estável e ficará internado sob observação para que “possa ser promovida a desintoxicação e a medicação correta que consiga fazer diminuir a arritmia cardíaca”.

Estrutura de atendimento – O hospital, que tem 64 profissionais de saúde e 3 médicos em cada plantão, não marca consulta e não tem consultório médico, e sim sala de acolhimento e avaliação de risco. Nesta primeira fase de atendimento o hospital oferece 18 leitos entre atendimento emergencial, enfermarias masculina e feminina e diagnóstico por imagem, como raios x e tomografia computadorizada.
Como o hospital em seu 1º módulo ainda não contempla um centro cirúrgico, em situações de emergência (risco eminente de morte que demande cirurgia) o paciente será encaminhado para a Santa Casa, que vai trabalhar em parceria com o hospital.

Como é feito o atendimento - A responsabilidade do hospital ao receber o paciente é solucionar o seu problema de saúde com humanização do atendimento voltada para a produção do cuidado e não a simples prestação do serviço. Uma inovação no atendimento do paciente, que passa a ser acompanhado desde a unidade de saúde de origem ou vice-versa.

Internação domiciliar – O hospital está operando também outros 15 leitos de internação domiciliar, que poderão ser montados na residência do paciente para cuidado de uma equipe de internação domiciliar multiprofissional (médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem, nutricionista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, assistente social, psicólogo) quando solicitado pela equipe de referência do hospital ou pela Santa Casa. A equipe sempre fará a avaliação de cada caso antes de recomendar a internação.
Gilson Caleman, diretor técnico do hospital, explica que “uma urgência menor vai para a UPA, a média complexidade de urgência clínica vem para o hospital e em caso de grande urgência, como um politrauma, por exemplo, o paciente vai para o centro cirúrgico da Santa Casa, porque o SAMU como órgão regulador já sabe como fazer a triagem do atendimento”.
O secretário municipal de Saúde ressalta, entretanto que mesmo se o paciente for até o hospital e não necessitar de um atendimento de urgência e emergência também será atendido: “Nós faremos o acolhimento e garantiremos o atendimento na unidade de saúde mais próxima de sua residência”.
Pereira destaca que o enfoque principal da Secretaria Municipal de Saúde é “promover saúde e prevenir doenças porque está sendo construída na cidade uma rede integrada de serviços de saúde com comunicação ágil e a responsabilidade de realizar o melhor cuidado e atendimento à saúde da população”.

Inauguração e liberação de recursos – O 1º módulo do Hospital-Escola Municipal “Prof. Dr.Horácio Carlos Panepucci”, parceria entre a Prefeitura Municipal de São Carlos e o Ministério da Saúde, foi inaugurado no sábado (3) pelo prefeito Newton Lima, pelo diretor de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, Dirceu Barbano, que representou no ato o ministro da Saúde José Gomes Temporão, que não pôde vir a São Carlos por problemas de agenda. Um investimento de R$ 15 milhões entre obras e equipamentos com recursos federais e municipais.
A solenidade reuniu ainda o vice-prefeito Emerson Leal, o presidente da Câmara Edson Fermiano, o secretário municipal de Saúde Arthur Pereira, o presidente do Conselho de Administração da Sahudes Celso Pedrino, o secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia Luis Antônio Rodrigues Elias, o presidente da Embrapa Silvio Crestana, a esposa do saudoso prof. dr. Horácio Carlos Panepucci, Lúcia Panepucci, o arquiteto João da Gama Filgueiras Lima (Lelé), que fez e doou o projeto do Hospital-Escola à Prefeitura de São Carlos, o presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica e secretário executivo da Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação, António Carlos Lopes, a diretora Regional de Saúde de Araraquara, representante do secretário estadual de Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, Maria Tereza Luz Eide da Silva, deputados federais e estaduais, vereadores, secretários municipais, entre outras autoridades.
O prédio recebeu a bênção do bispo de São Carlos, Dom Paulo Sérgio Machado, e a emoção tomou conta da população, alunos do curso de medicina, lideranças empresariais, pesquisadores, profissionais de saúde e diversos políticos de São Carlos e região, muitos conhecendo o hospital pela primeira vez.
Depois de uma mensagem gravada em vídeo pelo ministro Temporão referendando convênio com o município, Dirceu Barbano trouxe ao prefeito Newton Lima a boa notícia: a liberação de R$ 37,5 milhões pelo Ministério da Saúde para a conclusão do 2º módulo do hospital. O termo de compromisso assinado pelo prefeito Newton Lima, Dirceu Barbano, Oswaldo Baptista Duarte Filho, reitor da UFSCar, tendo como testemunha o senador Aloizio Mercadante, determina que, após a publicação do extrato do convênio no Diário Oficial de União, o Ministério da Saúde vai destinar a Prefeitura de São Carlos R$ 37,7 milhões para que o hospital possa ser concluído, cabendo à Prefeitura investir uma contrapartida de R$ 3,72 milhões como contrapartida da obra que deve ter início nos primeiros meses de 2008.
O 2º módulo do Hospital-Escola terá 188 leitos de internação, nas áreas clínica, cirúrgica, pediátrica e obstétrica, além de laboratório de analise clínica, UTI Adulto, Centro Cirúrgico e Obstétrico e serviços de apoio como manutenção, lavanderia, nutrição e dietética e central de esterilização de materiais.
O prefeito Newton Lima agradeceu o governo Lula por mais essa destinação de recursos à cidade e disse que “com a coordenação do escritório de engenharia do arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé) e da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos a Prefeitura quer iniciar ainda nesta semana o detalhamento e estudo técnico do projeto executivo do 2º módulo do hospital que ao ser concluído, em 2009, vai atender 450 mil pessoas da microrregião de São Carlos”.
O prefeito Newton Lima não tem dúvidas em afirmar que o hospital de São Carlos, que é suporte essencial ao curso de medicina da UFSCar, “será uma referência regional de saúde porque além da inovação e humanização do atendimento vai movimentar também a economia da cidade atraindo novos investimentos e gerar novos empregos”.
Dirceu Barbano que já foi secretário municipal de Saúde de São Carlos lembra que a área de urgência e emergência ainda tinha dependência muito grande das UPAS e da Santa Casa e “a entrada em operação do primeiro módulo traz um alento muito grande para a Santa Casa porque o trabalho de parceria articula procedimentos, regula o serviço pelo SAMU e organiza o atendimento de urgência e emergência na cidade”.
Barbano lembra que a região de São Carlos tem um déficit de leitos hospitalares e a característica do hospital estruturado para dar suporte ao curso de medicina da UFSCar que vai formar médicos para atuar no SUS “é uma experiência inovadora e não poderia deixar de ser apoiada financeiramente pelo Ministério da Saúde”.

Apoio ao curso de medicina – Além da realização do sonho de colocar o hospital em funcionamento, a unidade de saúde cumpre outra missão importante: oferece suporte à formação dos alunos do curso de medicina da UFSCar que hoje já atuam em 11 Unidades de Saúde da Família de nossa cidade.
O reitor da UFSCar explica que o hospital é municipal, mas trabalha em parceria com a universidade, “um espaço importante que vai aprimorar a formação dos nossos alunos do curso de Medicina, mas que também vai dinamizar os outros cursos na área de saúde já existentes na UFSCar e que reúnem cerca de 300 alunos”.
O senador Aloizio Mercadante classificou a entrada em operação do hospital como “um projeto importante tanto do ponto de vista da educação quanto da formação dos profissionais de saúde para o atendimento da população, e o governo Lula se comprometeu e liberou os recursos para que a Prefeitura pudesse construir o seu hospital”.

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