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segunda, 25 de novembro de 2024
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EXCLUSIVO: Airship paralisa atividades em São Carlos

Após prejuízos acumulados com a queda de um dirigível em Osasco em setembro, empresa decide suspender as operações

02 Nov 2024 - 09h26Por Redação
Dirigível da Airship - Crédito: divulgaçãoDirigível da Airship - Crédito: divulgação

A empresa Airship do Brasil vai paralisar suas atividades em São Carlos até o fim de 2024. Os planos audaciosos e inovadores da companhia produtora de dirigíveis foram interrompidos depois dos prejuízos causados pelo acidente envolvendo uma aeronave da empresa no último dia 25 de setembro. 

“Depois deste acidente e dos prejuízos que ele causou, a companhia decidiu que não seria mais viável manter a empresa em São Carlos”, afirma o diretor de operações da Airship, Charles Chueiri. Ele não informou o montante do prejuízo sofrido pela empresa. Segundo informações de fontes, a Airship deve transferir suas operações para os Estados Unidos a partir de 2025.

A QUEDA DO DIRIGÍVEL


Durante a queda do dirigível em Osasco, em 25 de setembro,  piloto e passageiros ficaram feridos sem gravidade. O sobrevoo estava sendo realizado na região como um teste para ser utilizado num jogo do São Paulo F.C., contra o Botafogo, pelas quartas de final da Libertadores. Além do escudo do clube, o dirigível tinha a frase "Torcida que conduz". 
O aparelho fazia um teste nesta manhã em preparação ao sobrevoo noturno, previamente autorizado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que estava programado para a região do estádio.

ACORDO ASSINADO

Em 19 de setembro de 2014, há dez anos, a prefeitura de São Carlos assinou um memorando de entendimento com a Airship do Brasil, sociedade entre os Grupos Grupos Engevix e Transportes Bertolini, para a produção de dirigíveis de carga no município.

O projeto, que teve o apoio da Investe São Paulo – agência de promoção de investimentos ligada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação – consistia na instalação de uma unidade fabril de 20 mil metros quadrados, que deverá gerar 270 empregos diretos, com investimento de cerca de R$ 200 milhões. 

A planta, que será edificada em um terreno de 49 hectares às margens da Rodovia Washington Luiz (SP-310), fabricará dirigíveis e outras soluções utilizando tecnologias mais leves que o ar (lighter than air - LTA).

As aeronaves serão capazes de voar em uma altitude de 150 metros a uma velocidade de 120 quilômetros por hora, transportando, inclusive, grandes peças, como parte de torres de alta tensão. A inauguração da unidade está prevista para 2016.

A Airship tinha planos de produzir diversos tipos de dirigíves e aerostatos em São Carlos, que poderão ser  entregues, principalmente, a empresas de logística e transporte espalhadas em todo o País. A empresa conseguiu empréstimo de R$ 102,7 milhões do BNDES para o desenvolvimento dos veículos.

Os dirigíveis são equipamentos que se adaptam ao transporte de grandes volumes e são ideais para a penetração em locais de difícil acesso, como plataformas do pré-sal ou áreas isoladas. Além disso, o produto pode ser utilizado como antenas móveis ou para otimizar a transmissão de informações.
O produto é abastecido com gás hélio não inflamável para a flutuação e diesel em quatro motores. Com os dirigíveis, uma viagem entre Manaus e Goiânia levaria 26 horas; enquanto o trajeto de caminhão pode demorar oito dias.

PRIMEIRO VOO- Há 7 anos, no dia 24 de julho, a Airship do Brasil realizou em São Carlos, o voo inaugural do primeiro dirigível tripulado produzido na América Latina. A decolagem foi feita no Hangar 2 da empresa, localizado na zona rural.

A aeronave, modelo ADB 3-X01, possui 49 metros de comprimento e 17 metros de altura, com capacidade de carga de 1,2 tonelada e espaço para cinco passageiros. O motor de 300 HP pode atingir até 85 km/h.

Segundo a empresa, o dirigível dispensa pista para decolagem e pouso, pode ser fabricado para grande autonomia e é um passo para o cargueiro ADB-3-30, que transportará até 30 toneladas.

USOS 
Entre as aplicações do dirigível previstas pela companhia estão: treinamento de pilotos, tripulação e equipagem de solo, monitoramento para segurança, proteção do meio ambiente, prevenção de queimadas e controle de fronteiras.
Além disso, o modelo pode ser utilizado no transporte de passageiros para lazer em voos panorâmicos, busca e salvamento, inspeção de linhas de transmissão de energia elétrica, marketing e propaganda.

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