
Um encontro reunindo apenas mulheres foi realizado das 13h às 16h30 de sábado, 22, no Planalto Paraíso e promovido pela Nova ONG MID, que tem a presidência de Cássia Regina de Camargo Pau. Com o tema de “Mulher para Mulher”, 27 mães e cuidadoras de bebês, crianças, jovens, adultos e idosos com necessidades especiais compareceram para acompanhar e se inteirar de diversos assuntos sobre a saúde.
“Não só exames médicos. Mas a questão mental e até mesmo atividades físicas que podem ser feitas em casas, pois muitas mamães não podem deixar seus filhos que necessitam de atenção 24 horas por dia”, explicou Cássia.
Orientaram as presentes, a fisioterapeuta Márcia C. Corrêa Antunes Silva, pós-graduada em Fisiologia do Exercício e Fisioterapia Cardiorrespiratória Atuante na Assistência Domiciliar e a médica reumatologista e paliativista, Laura Nascimento Tavares.
Cássia comentou que os encontros promovidos pela ONG acontecem há aproximadamente cinco anos e vários temas são abordados. Entretanto, o encontro de sábado foi considerado um dos melhores. “As profissionais de saúde frisaram os autocuidados. As mães e cuidadoras da ONG cuidam outras pessoas 24h dia. Mas não se cuidam. Montamos grupos e cobramos todas para que façam os exames regulares, cuidem da saúde mental e façam atividades físicas”, disse Cássia. “Nas redes sociais, vejo muitas mães e cuidadoras que estão na ONG pedir auxílio, mas nunca para elas. Sempre para terceiros. Por exemplo, postamos no grupo um link para que as mulheres e cuidadoras da ONG se cadastrassem para a realização de mamografias. E nenhuma se inscrever. Isso é muito grave. Por isso neste encontro foi debatido o autocuidado, quando foi solicitado mais atenção e que elas cuidem delas”, desabafou.
A fisioterapeuta Márcia Silva alertou para os cuidados pessoais, fazer exames regulares, ficarem atentas as datas. “Nossas mães e cuidadoras cuidam de crianças e adultos que dependem delas. Penso que todas têm que cuidarem para poder cuidarem de pessoas que elas amam”, concluiu;
Cássia disse que nos próximos meses outros encontros irão acontecer, sempre se baseando no bem-estar das famílias cadastradas na ONG. “São seres humanos que precisam de empatia e amor”, salientando que durante o encontro, considerado produtivo, teve ainda uma pausa para um lanche.
Cuidados paliativos
Sob o cuidado da médica Laura Tavares, o tema “cuidados paliativos” foi esmiuçado com o intuito de orientar e prevenir as presentes. “Cuidado paliativo é uma abordagem de cuidado interdisciplinar que prioriza a qualidade de vida e o alívio de sofrimento de pacientes com doenças graves que ameaçam a vida, estendendo esse cuidado também a familiares e cuidadores”, disse a médica.
De acordo com ela, o diagnóstico de uma doença grave costuma vir acompanhado, além dos sintomas físicos, de questões de ordem social, psicológica e espiritual. Um diagnóstico difícil traz à tona questões como, o medo da morte, a apreensão em deixar a família desamparada, conflitos do passado e até problemas de ordem prática, como o afastamento do trabalho e a consequente queda de renda, entre outras. Essas indagações não podem ser tratadas e abordadas por um único profissional. Por isso, as equipes de cuidados paliativos são multidisciplinares. A equipe inclui enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, capelães, assistentes sociais, entre outros profissionais, para dar conta de uma extensa demanda de necessidades. “O médico paliativista atua para melhorar o conforto físico do paciente – amenizar a dor, diminuir o mal-estar causado pela doença ou pelo seu tratamento – e toda a equipe trabalha para que esses incômodos e todos os outros sejam atenuados para a melhoria da qualidade de vida de quem está enfermo.
Cuidados ao fim da vida são uma parte importante dos cuidados paliativos que se refere à assistência que a pessoa deve receber durante a última etapa de sua vida, a partir do momento em que fica claro que ela se encontra em estado de declínio progressivo e inexorável, aproximando-se da morte”, finalizou Laura.
