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domingo, 05 de janeiro de 2025
Brasil

Preço das frutas registra alta de até 300% em 2024

Limão e abacate lideram alta nos preços de frutas em Curitiba; especialista afirma que vilões são os "extremos climáticos"

03 Jan 2025 - 13h50Por Da redação
Frutas em supermercado: Entre os produtos com maior aumento, o Limão Tahití médio (cx23kg) foi destaque, com uma elevação de 300%, saltando de R$ 45,00 para R$ 180,00 - Crédito: Foto: Arquivo/Agência BrasilFrutas em supermercado: Entre os produtos com maior aumento, o Limão Tahití médio (cx23kg) foi destaque, com uma elevação de 300%, saltando de R$ 45,00 para R$ 180,00 - Crédito: Foto: Arquivo/Agência Brasil

De acordo com informações do Boletim de Conjuntura Agropecuária elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o mercado de frutas em Curitiba enfrenta variações nos preços das principais variedades, com altas de até 300%. 

O levantamento aponta que a oferta de produtos dos pomares paranaenses é limitada, o que mantém o estado em um forte grau de dependência de outras regiões do país para abastecimento.

Os preços das frutas são fortemente influenciados por fatores como sazonalidade, condições climáticas, incidência de pragas e doenças, e custos de frete, que impactam as oscilações de valores nas Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa/PR). No período analisado, que abrange desde o início de 2024 até esta semana, as cotações subiram para oito das doze frutas principais comercializadas em Curitiba, enquanto as outras quatro apresentaram quedas, conforme o boletim.

Entre os produtos com maior aumento, o Limão Tahití médio (cx23kg) foi destaque, com uma elevação de 300%, saltando de R$ 45,00 para R$ 180,00. O Abacate (cx20kg, variedade Manteiga & Quintal) também teve alta de 100%, passando de R$ 130,00 em janeiro para R$ 260,00. Já a banana Caturra/Nanica (cx20kg) apresentou uma alta de 87,5%, saindo de R$ 40,00 no início do ano para R$ 75,00 atualmente.

Outras frutas que tiveram aumento incluem a laranja Pera (cx23kg), cujo preço subiu 57,1%, de R$ 70,00 para R$ 110,00; o Abacaxi Grande (cx com 8 unidades), que teve uma alta de 33,3%, de R$ 75,00 para R$ 100,00; e a uva Niágara Rosada (cx8kg), que registrou elevação de 29,4%, de R$ 85,00 para R$ 110,00. A maçã Gala cat1 (80/100) também subiu 26,7%, de R$ 150,00 para R$ 190,00, enquanto o melão tipo 6/8 (cx13kg) teve um aumento mais modesto de 7,1%, de R$ 70,00 para R$ 75,00.

Em contrapartida, a Melancia Redonda registrou a maior redução, com o preço do quilo caindo 42,9%, de R$ 3,50 em janeiro para R$ 2,00 atualmente. A manga ‘Tommy Atkins’ (cx20kg) também apresentou queda expressiva de 40,9%, de R$ 110,00 para R$ 65,00. O mamão Formosa (cx15kg) teve redução de 15,4%, passando de R$ 65,00 para R$ 55,00, enquanto a bandeja de Morango com quatro cumbucas caiu 13%, de R$ 23,00 para R$ 20,00.

A análise da Seab destacou a dependência do Paraná em relação a outros estados para o abastecimento de frutas em Curitiba. Em 2022, a participação do estado foi relevante em alguns produtos como o Morango (71%), o Abacate (60%) e a uva (35%). No entanto, em outros itens a contribuição paranaense foi pequena, como no mamão (0,3%), no melão (4%) e no Abacaxi (3%), evidenciando a limitação da oferta interna.

QUESTÕES CLIMÁTICAS – O economista Paulo Cereda explica que o principal motivador dessa alta de  alta de preços é o clima. “Estamos vivendo extremos climáticos em todo o mundo e que estão impactando fortemente a atividade agrícola no mundo todo. A fruticultura é muito sensível aos extremos climáticos e sofre com perda de produtividade”, destaca ele.

Segundo Cereda, internamente somos impactados pela demanda global comprando nossos produtos, uma vez que o câmbio torna nossos preços muito competitivos globalmente. “O câmbio também afeta os custos de produção internamente. Infelizmente essas altas de preços não têm previsão de retração forte ao longo dos anos, isso por consequência dos fatores citados acima e que em todas as previsões devem manter-se ao longo do ano”, explica o especialista.

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