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Mais de 3 milhões morrem anualmente devido ao consumo nocivo do álcool, diz OMS

12 Mai 2014 - 15h23
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Cerca de 3,3 milhões de pessoas morreram em 2012 em todo o mundo em consequência do consumo nocivo de álcool, o que equivale a 5,9% de todas as mortes, informou hoje (12) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A proporção de mortes associadas ao álcool é superior à mortalidade ligada ao HIV (2,8%), à violência (0,9%) e à tuberculose (1,7%), concluiu a organização no Relatório Global sobre o Álcool e a Saúde 2014.

“Precisamos de fazer mais para proteger as populações das consequências negativas do consumo de álcool para a saúde”, disse o diretor-geral adjunto da OMS para as Doenças Não Transmissíveis e a Saúde Mental, Oleg Chestnov.

Citado em um comunicado da organização, o diretor sublinha que “não há espaço para complacência quando se trata de reduzir o consumo nocivo de álcool”. O consumo nocivo de álcool é definido pela OMS como o consumo que causa consequências negativas para o consumidor, as pessoas que o rodeiam e a sociedade como um todo, assim como padrões de consumo associados ao aumento do risco de problemas de saúde.

Segundo a organização, sediada em Genebra, o consumo de álcool pode provocar dependência, mas também aumenta o risco de mais de 200 doenças, incluindo cirrose hepática e alguns tipos de câncer. O consumo nocivo pode ainda provocar violência e ferimentos, assim como a suscetibilidade dos consumidores a doenças infeciosas como tuberculose ou pneumonia.

De acordo com o relatório publicado nesta segunda-feira, cada habitante do mundo com mais de 15 anos consome em média 6,2 litros de álcool puro por ano, o que equivale a 13,5 gramas de álcool puro por dia. No entanto, como apenas 38,3% das pessoas bebem realmente álcool, aqueles que consomem em média 17 litros de álcool puro por ano.

O documento informa ainda que há maior porcentagem de mortes relacionadas ao consumo de álcool entre os homens do que as mulheres – 7,6% das mortes masculinas contra 4% das mortes femininas –, embora as mulheres sejam mais vulneráveis a algumas doenças relacionadas ao álcool do que os homens. Além disso, os autores mostram-se preocupados com o aumento constante do consumo de álcool entre as mulheres.

“Constatamos que em todo o mundo cerca de 16% dos consumidores têm episódios de consumo excessivo, que é o mais prejudicial para a saúde”, explicou o diretor para a Saúde Mental e o Abuso de Drogas e Outras Substâncias da OMS, Shekhar Saxena.

 

A nível global, a Europa é a região com o consumo per capita mais elevado, com alguns países a registarem níveis particularmente altos. O relatório conclui que o nível de consumo tem-se mantido estável nos últimos cinco anos na Europa, na África e nas Américas, mas tem aumentado no Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental.

A OMS estabeleceu em 2011 a necessidade de ação intensiva para reduzir o consumo de álcool, considerado um dos quatro fatores de risco para a epidemia de doenças não transmissíveis – juntamente com o tabaco, a alimentação desequilibrada e a falta de exercício físico

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