segunda, 07 de outubro de 2024
Saúde pública

Dia Mundial dos Cuidados Paliativos terá evento em São Carlos

Uma tenda será armada na praça Christiano Altenfelder (Praça XV) e serão verificados gratuitamente os sinais vitais

07 Out 2024 - 07h49Por Marcos Escrivani
Laura Tavares em atendimento: médica paliativa diz que em São Carlos há médicos na rede pública e privada - Crédito: DivulgaçãoLaura Tavares em atendimento: médica paliativa diz que em São Carlos há médicos na rede pública e privada - Crédito: Divulgação

Em dia e horário ainda a serem definidos, uma tenda será armada na praça Christiano Altenfelder (Praça XV), em São Carlos, para marcar o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos.

Na oportunidade as pessoas poderão ter verificado os seus sinais vitais e a divulgação do tema, considerado de fundamental importância tendo em vista a qualidade de vida da população.

De acordo com a médica paliativista Laura Tavares, na cidade de São Carlos existem equipes de profissionais que atuam em Cuidados Paliativos na rede privada e também na rede pública. “As ações em cuidados paliativos ainda estão muito aquém das necessidades do município e por esse motivo se faz necessária a divulgação do tema e a discussão de melhores formas de implementar essa modalidade de cuidado para que todas as pessoas que dela necessitem possam ser alcançadas”, disse em entrevista.

De acordo com a médica, o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, que este ano será comemorado na segunda semana de outubro, é um dia de ação unificada em apoio aos cuidados paliativos com objetivo de aumentar a conscientização e a compreensão das necessidades das pessoas que vivem com uma doença que ameaça a vida, além de reforçar conceitos e desmistificar ideias imprecisas sobre o tema, como a impressão de abandono ou não ter mais o que fazer frente ao adoecimento.

“Cuidado paliativo é uma abordagem de cuidado interdisciplinar que prioriza a qualidade de vida e o alívio de sofrimento de pacientes com doenças graves que ameaçam a vida, estendendo esse cuidado também a familiares e cuidadores”, comentou Laura.

A médica reforçou ainda que o diagnóstico de uma doença grave costuma vir acompanhado, além dos sintomas físicos, de questões de ordem social, psicológica e espiritual. Um diagnóstico difícil traz à tona questões como, o medo da morte, a apreensão em deixar a família desamparada, conflitos do passado e até problemas de ordem prática, como o afastamento do trabalho e a consequente queda de renda, entre outras. “Essas indagações não podem ser tratadas e abordadas por um único profissional. Por isso, as equipes de cuidados paliativos são multidisciplinares. A equipe inclui enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, capelães, assistentes sociais, entre outros profissionais, para dar conta de uma extensa demanda de necessidades”.

Segundo ela, o médico paliativista atua para melhorar o conforto físico do paciente – amenizar a dor, diminuir o mal-estar causado pela doença ou pelo seu tratamento – e toda a equipe trabalha para que esses incômodos e todos os outros sejam atenuados para a melhoria da qualidade de vida de quem está enfermo.

“Cuidados ao fim da vida são uma parte importante dos cuidados paliativos que se refere à assistência que a pessoa deve receber durante a última etapa de sua vida, a partir do momento em que fica claro que ela se encontra em estado de declínio progressivo e inexorável, aproximando-se da morte”.

No Brasil

Em maio de 2024 o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Cuidados Paliativos no âmbito do SUS. Laura disse que a política vai permitir uma assistência mais humanizada e especializada, com atuação abrangente e em todas as esferas de atenção, desde a Unidade Básica de Saúde até os hospitais terciários com alto nível de complexidade de atendimento.

“No mundo, 78% das pessoas que precisam de cuidados paliativos vivem em países em desenvolvimento; 40 milhões de pessoas precisam de cuidados paliativos a cada ano e 20 milhões, no final da vida; 18 milhões de pessoas morrem, todo ano, sentindo dor e angústia, desnecessariamente, por falta de cuidados paliativos. No Brasil, o setor de Cuidados Paliativos tem testemunhado um notável crescimento nos últimos anos, impulsionado pelo envelhecimento populacional, aumento de doenças crônicas graves e esforços de organizações sem fins lucrativos. Apesar do incremento de 25% nos serviços até 2022, o País ainda enfrenta uma lacuna significativa entre oferta e demanda, com apenas cerca de 10% da capacidade necessária para atender adequadamente à população”, finalizou.

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